Embora pouco se fala dos prejuízos gerados com a ‘greve’ da Polícia Militar, as cicatrizes ainda existem em Cachoeiro de Itapemirim, principalmente para os comerciantes que tiveram que se submeter a empréstimos para retornar às atividades após terem suas lojas invadidas e saqueadas.
No período, a população não tinha a quem recorrer diante daquilo que é responsabilidade do governo do Estado. Coube à Guarda Municipal, dentro de suas limitações de contingente, atender às ocorrências.
Porém, há uma crise que se arrasta há mais de cinco anos: a volta do disk 190 para a região sul. Em uma situação de emergência, o cidadão (ã) deve ter a serenidade para informar seus dados e endereço, com referência, para um atendente que desconhece a cidade. Isso porque, ao ligar, a chamada cai no call center em Vitória.
O pior é que os cachoeirenses já tiveram seus ânimos falsamente pacificados em um anúncio que não se concretizou e que, até hoje, não houve uma justificativa à altura do que foi propagado. Em outubro de 2015, o governador Paulo Hartung (PMDB) esteve no município e assinou a licitação para efetivar o retorno do 190. A previsão era de que o serviço já funcionaria em março de 2016. Cadê?
Nos bastidores, a informação é de que Hartung poupa dinheiro em detrimento do investimento do 190 no sul do estado. Mesmo contingenciamento e falta de diálogo que, em partes, resultaram na ‘greve’ da PM.
Claro que o retorno do 190 não é a solução para a insegurança na região sul, até porque o serviço é utilizado após a consumação do crime. Mas, sem dúvida, seria uma forma de acolher (ou abraçar) o clamor de milhares de cidadãos (ãs), considerando que mais de 20 mil cachoeirenses já tiveram as suas assinaturas ignoradas nos anos de 2012 e 2013.
Nos esforços que houveram neste sentido, vale destacar a ida do prefeito Victor Coelho (PSB) nessa segunda-feira (17) à Secretaria de Estado de Segurança Pública, onde tratou também de outros assuntos, e o recolhimento das assinaturas feito pelo então vereador Gildo Abreu (PT).