E agora, Lula?

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Fernando Haddad (PT) saiu desta eleição presidencial infinitamente maior do que entrou: um prefeito que perdeu a reeleição em São Paulo de forma avassaladora para um candidato a presidente da República com 47 milhões de votos. Óbvio que não foi o necessário para se tornar a maior autoridade do Brasil; mas, sem nenhuma sombra de dúvida, tirou a unicidade da ‘estrela’ solitária que brilhava no céu do PT desde à sua fundação.

O rótulo pejorativo de ‘poste’ associado à Haddad, alcunha para o relacionar à imagem negativada da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), não lhe cabe (apesar do sucesso na campanha eleitoral) – avaliando a fundo.

Esteve fora de escândalos de corrupção quando chefiou o Ministério da Educação, que tem um dos maiores orçamentos da União; administrou programas importantes na função e mostrou habilidade na articulação política: não creio que Lula conseguiria apoio público indireto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por exemplo.

Além disso, foi o único petista a fazer a esperada ‘meia culpa’ diante dos desastrosos casos de corrupção nos quais a sigla protagonizou – mesmo embora, devido ao seu tamanho eleitoral, não houve a necessária visibilidade e efeitos: afinal, todos esperavam isso da boca do Lula.

E não é novidade que PT e Lula não só se fundem, como o nome do ex-presidente, atualmente preso por corrupção, sobressai. Realidade esta que resultou na ‘criação’ de um fenômeno político e que, por outro lado, fechou o partido, aos olhos alheios, da existência de outros bons quadros. A figura do Lula incitou a generalização do PT – para o bem e para o mal.

Depois deste pleito, a verdade é uma só: nasceu um líder em potencial dentro do PT. Caso o ex-presidente saia da cadeia até a próxima eleição presidencial, o que este fará diante deste fato? Continuará querendo a ‘patente’ de ser a única estrela, alegando ser a sua luz a responsável pelo ‘sucesso’ de Haddad – insistindo sob a sua rejeição (que, caso não tivesse tanta, o resultado das urnas poderia até ser diferente) -, ou irá ‘passar o bastão’?

Ou seja, o tempo que o PT tem para se reinventar pode se tornar um período de embate de egos a partir de falsa sensação de êxito, já que o partido está a anos-luz distante da essência que o fez chegar junto à preferência da maioria dos brasileiros. E agora?

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