Quem sempre se torna alvo das críticas sobre o transporte público em nosso município é a viação Flecha Branca. Mas, sabemos que essa faz parte de um grupo, ou seja, do consórcio NovoTrans. Esse consórcio é o atual responsável pelas empresas de ônibus que circulam em nosso município.
A polêmica que gira em torno do subsídio a ser concedido pela prefeitura é muito mais complexa do que se possa imaginar. Após muita reflexão, cheguei a inúmeras problemáticas a serem resolvidas pelo líder do executivo, sendo elas: Rotativo, segurança, fiscalização de transporte clandestino, tributação, redução de custos, inviabilidade logística, frota, interferência e politicagem.
Rotativo: afeta diretamente empresas de transporte coletivo, uma vez que a maioria das vagas de carros e motos ocupadas é dos funcionários dos estabelecimentos localizados ao seu entorno. Com o retorno do Rotativo, esses carros e motos passam a ficar nas garagens, pois se torna inviável aos seus donos pagar o preço/hora diariamente.
A situação torna o transporte público a melhor alternativa. De tabela, quem ganha é o comercio, pois evita ir ao Centro por falta de vagas. Viabilizar o transporte coletivo!
Segurança: quem pode não se arrisca. Ficar em ponto de ônibus em determinados lugares é arriscado, devido aos assaltos. Quem pode optar por outros meios não pensa duas vezes.
Fiscalização de transporte clandestino: sei que existe, mas não sei quem são. Mototaxi e vans fazem este papel. É alternativa para o povo, mas convenhamos que estão atuando na ilegalidade. É necessário viabilizar esses meios antes de querer por em prática. Os clientes que optam por esses modais são os mesmos que deixaram de andar de ônibus. Com o aumento de custos, vem a elevação das passagens.
Tributação: manter uma empresa no Brasil é ato de heroísmo: inúmeras normas, impostos e exigências de modo geral e encargos trabalhistas. Faz-se necessário estudo para reduzir o peso dos impostos, visando dar viabilidade para manutenção dos trabalhos e geração de empregos.
Redução de custos: é a alternativa mais comentada. Tratando-se de transporte público, acredito que, para conter o aumento da passagem, a redução de custos será focada na diminuição da mão de obra, o que poderá atingir diretamente a profissão de cobrador.
Uma das formas de reduzir custos pode ser por meio de bilhetagem eletrônica. Em Cachoeiro, argumentaram no passado a possibilidade do motorista acumular funções – já pensando em baixar o custeio.
Inviabilidade logística e frota: a empresa que atua em Cachoeiro está a tanto tempo por aqui que suas instalações se tornaram amplas e bem localizadas.
Onde uma nova empresa montaria sede e qual o custo inicial para estruturar toda essa parte física? Em quanto tempo ela reaveria esse investimento inicial? E se a atual empresa for embora hoje, quem teria condições de amanhã estar pronto para atender todas as demandas?
Interferência e politicagem: o fato do município ter autonomia para frear ou autorizar reajustes, pode gerar efeito acumulativo de prejuízos.
Um governo populista poderia muito bem frear reajuste da passagem, evitando desgastar a imagem do chefe do executivo, que buscaria por meio dessa medida possível reeleição. Consegue lembrar como foi nos governos anteriores? Cabe ao atual vestir a manta de salvador da pátria de empresas privadas?
A batata está quente, mais cedo ou mais tarde essa bomba vai estourar. Tome as decisões dos vários questionamentos que deixei acima e seja você o prefeito da cidade nas reflexões desse texto.