Prefeito busca solução para professores em final de carreira

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Em entrevista exclusiva ao site Em Off Notícias, o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho (PSB), tratou de assuntos polêmicos que vieram à tona neste 2018. Entre eles, o projeto de lei, já aprovado e sancionado, sobre o subsídio ao transporte coletivo; o posicionamento público contestador do vice-prefeito Jonas Nogueira (PP) sobre o tema e os pontos positivos e negativos do novo Plano de Cargos e Salários.

O longo conteúdo deste material também percebe os investimentos que estão ‘engatilhados’ para 2019, como obras estruturantes e a criação de áreas de lazer; assim como um balanço daquilo que foi destaque neste ano. Confira tudo isso abaixo:

Em Off Notícias: O ano de 2018, foi marcado também por assuntos polêmicos. Entre eles, o subsídio ao sistema de transporte coletivo. Em janeiro, o cálculo da Agersa apontou que a tarifa deveria ser de R$ 3,35. Por que, o senhor não seguiu este levantamento e determinou o valor de R$ 3,20?

Victor Coelho –  Primeiro: o estudo da Agersa não apontou os R$ 3,35 em janeiro. O estudo foi concluído recentemente. Mas entendendo sua pergunta de forma diferente, respondo que foi por coerência. Quando assumimos a gestão em 2017 aplicamos o reajuste anual vigente em contrato baseado no IPCA. A passagem subiu de R$ 2,80 para R$ 3,00. Desde então solicitamos que a agência reguladora fizesse um estudo apontando o valor real da tarifa. O estudo não ficou pronto em janeiro de 2018. Então, usamos a mesma metodologia de 2017 aplicando novamente o IPCA. Em março, com a chegada do Vanderlei Teodoro, que é especialista em análise de custos, o estudo foi aprofundado e finalizado em setembro desse ano. Informações nunca antes solicitadas à empresa foram levantadas e chegamos ao valor de R$ 3,35, que deveria ter sido aplicado em janeiro/2018.

– Em 2019, haverá subsídio junto à tarifa para manter o valor da passagem em R$ 3,20?

Com a aprovação da lei, agora temos essa ferramenta de gestão que é usada em diversas cidades do Brasil e do mundo para controlar o preço da tarifa em favor da população. Não serei irresponsável de antecipar em dizer que teremos recursos para subsidiar um novo aumento em 2019, mas estamos estudando novas formas de manter a tarifa no valor que está, como por exemplo solicitando que a Câmara altere a destinação da outorga do Estacionamento Rotativo da Saúde para a Mobilidade Urbana ou até mesmo buscar um subsídio junto ao Governo do Estado.

– Qual a sua avaliação quanto ao motivo da polêmica em torno do subsídio? Em algum momento, considera que a real finalidade do projeto de lei foi deturpada? Por quê?

Acredito que é mais por falta de conhecimento sobre o assunto. Quem fizer uma procura simples na internet sobre subsídio no país e no mundo verá que o sistema de transporte coletivo não consegue sobreviver sem essa ferramenta.

Tínhamos plena consciência que reequilibrar um sistema tarifário defasado há muitos anos seria uma pauta negativa, seja com a aprovação do subsídio ou com o aumento da tarifa, mas não me falta coragem para encarar mais um desafio de buscar resolver tecnicamente outro problema histórico de nossa cidade. Esse é o primeiro de muitos passos que precisam ser dados para melhorar a qualidade do serviço prestado à população.

Não podemos politizar um assunto tão sério que envolve o bolso de quem realmente utiliza o transporte público.

– Neste episódio, o seu vice Jonas Nogueira se manifestou publicamente contestando alguns pontos da matéria. Como avalia o posicionamento dele?

Sinceramente não entendi. Eu no lugar dele faria diferente. Buscaria colaborar internamente, sem causar nenhum constrangimento. Agora, com qual objetivo ele tomou essa decisão, não foi me consultando nem a ninguém do governo. Só ele pode responder.

– Para o senhor, a atitude de Jonas Nogueira simboliza um rompimento político com o governo?

Prefiro não polemizar o assunto. Como disse, não quero levar a questão para o campo político. Fui eleito para fazer gestão e não palanque sobre esse ou qualquer outro tema.

– O Plano de Cargos e Salários foi concluído e apresentado. Quais os pontos positivos e negativos deste documento para o funcionalismo?

Ainda não finalizamos o Plano. Chegamos a uma primeira proposta, e apresentar o plano para todas as classes mostra a nossa transparência em cima de outro assunto tão importante. É muito difícil você encontrar uma fórmula mágica para agradar a todos, sem perder o foco na responsabilidade fiscal e orçamentária. Queremos fazer justiça com quem há anos não tem nenhum ganho real no bolso e também buscar proporcionar uma aposentadoria justa para os servidores mais antigos. O principal foco é dar um salário inicial digno para todas as profissões. Cerca de 54% dos servidores ganham abaixo do salário mínimo. Isso é uma vergonha para qualquer gestor.

Mas temos bons exemplos do Novo Plano: estamos resolvendo a histórica situação funcional dos agentes de saúde e de endemias; um guarda municipal nosso vai receber mais que um policial militar aqui do Estado, médicos do Programa Saúde da Família terão aumento de mais de 66% sobre seus vencimentos atuais. Estamos em fase final de ajustes para encaminhar o Novo Plano para votação ano que vem na Câmara.

 

– Em relação ao magistério, o senhor acredita que o plano valoriza a classe? Por quê?

Nossa proposta inicial para o início de carreira de um professor de 40 horas está 30% acima do Piso Nacional da Educação. Acredito que é uma excelente valorização. Mas para quem já está atuando na rede há muito tempo talvez o plano não tenha agradado tanto. Ouvimos algumas reivindicações em conjunto com o Sindimunicipal e estamos buscando solucionar essa questão.

O município obteve nota A, do Tesouro Nacional, em sua gestão fiscal. O que isso significa na prática e quais as vantagens para a população?

Significa que fizemos nosso dever de casa. Atravessar uma grave crise econômica sem sofrer nenhum grande impacto mostra que estamos no caminho certo e que o trabalho para manter as contas equilibradas nesses dois primeiros anos deu resultado.

Mostrar que não gastamos além do que temos demonstra responsabilidade com os gastos públicos. Estar com salários sendo pagos no mês trabalhado e estar em dia com os pagamentos de fornecedores gera confiança no mercado. Estamos aptos a receber emendas parlamentares, convênios e obter financiamentos com capacidade financeira para cumprir nossos compromissos. Cito o exemplo do FINISA, onde iremos investir 85 milhões de reais em infraestrutura e mobilidade urbana em nossa cidade.

Foto: Márcia Leal

Vale lembrar que Cachoeiro foi muito pouco contemplado pelo governo do Estado, comparando com outros municípios. Temos a esperança de que com a parceria de longa data que temos com o futuro governador Renato Casagrande, nossa cidade possa viver momentos diferentes e ser olhada de maneira especial, como ela realmente merece.

– A transparência, em mais um ano, também obteve destaque. Quais foram os investimentos na área feitos neste ano e o que mais há por fazer?

Transparência é uma marca que queremos deixar em nossa gestão. Melhoramos muito o Portal da Transparência e aos poucos queremos investir em tecnologia para aproximar o cidadão da gestão. Em 2019 lançaremos vários aplicativos para smartphones que cumprirão esse papel. Um exemplo é um aplicativo onde o cidadão poderá colaborar com sugestões, solicitar e avaliar serviços, reclamar, etc. Isso vai gerar indicadores para frequentemente melhorarmos o atendimento ao cachoeirense. É o 156 da Ouvidoria na palma da mão!

– Os espaços de lazer têm recebido atenção especial da prefeitura; várias quadras e praças passaram por reformas. Há pouco, o senhor também sinalizou o mesmo para a Ilha da Luz e Ilha dos Meirelles. O que os cachoeirenses podem esperar desses locais?

Em nosso plano de governo mencionamos a melhoria dos espaços de convivência das famílias e também da criação de novos. Estamos construindo esse caminho na velocidade que os nossos recursos permitem. A demanda reprimida é muito grande, mas já fizemos muita coisa. Reformamos e pintamos mais de 20 quadras, estamos recuperando as pracinhas e seus brinquedos e também melhorando novos ambientes de esporte e lazer. A pracinha e a quadra do Coronel Borges passarão por uma reforma completa, integrando todo o espaço da nova Escola Olga Dias, vamos também dar uma roupagem nova à Praça de Fátima, temos o compromisso de reativar a Ilha do Meirelles como nosso parque ambiental e a nossa cereja do bolo é a Ilha da Luz, onde junto com a empresa concessionária de água, queremos devolver a Cachoeiro um espaço para proporcionar qualidade de vida pra quem vive aqui.

– Qual avaliação quanto à relação com a Câmara Municipal neste ano?

A relação tem sido positiva e republicana desde o início da gestão. Quando se tem diálogo e transparência, isso gera confiança nos projetos que o Executivo propõe. Não posso prejudicar uma comunidade ou reduto eleitoral de um vereador só por que ele vota contra os nossos projetos. Essa mesquinharia política não terá vez em nossa gestão. Mas sei reconhecer e diferenciar quem é parceiro do município e quem quer fazer oposição simplesmente.

– Por ser véspera de ano eleitoral, 2019 pode sofrer esta influência antecipada. O senhor teme que questões eleitorais possam atrapalhar o andamento dos assuntos administrativos?

Acredito que isso seja natural. Sempre foi assim e não é agora que será diferente. Peço apenas sabedoria a Deus para administrar bem esses conflitos. Só espero que o objetivo dessas pessoas seja o bem coletivo da cidade e não por interesses pessoais ou por vaidade política. 2018 já vivemos isso! Toda pauta negativa será motivo para levantar bandeira política. Mais recentemente, o subsídio é um bom exemplo.

– No Portal da Transparência, é possível ver uma certa quantidade de licitações para obras no município. Com base nisso, qual é a expectativa para 2019?

Sempre afirmei que a gestão serão 04 anos. Mas é natural do ser humano querer as coisas de imediato. Porém, não se resolve problemas de 40 anos em 40 dias. E para resolver problemas crônicos é preciso ir fundo na raiz dos problemas, para que as soluções sejam definitivas. Estamos nesses dois primeiros anos resolvendo muitas questões internas administrativas para colher frutos positivos daqui pra frente.

Ouso dizer que não houve outro município no Estado quem investiu tanto com recursos próprios como Cachoeiro. E vamos investir muito mais! É muita coisa boa que vem por aí: Novo contrato de coleta do lixo (com serviços ampliados); licitação da troca gradativa por lâmpadas de LED do parque de iluminação (investimento de 17 milhões de reais); novo estacionamento rotativo; cerco eletrônico de segurança com câmeras OCR; sinalização vertical e horizontal da cidade; recapeamento asfáltico de várias vias (6 milhões de reais); pavimentação e drenagem de vários bairros (Gilson Carone, São Lucas, Fé e Raça, Aeroporto, entre outros); novos abrigos de ônibus; extensão de rede de água para comunidades do interior; estamos com o contrato de manutenção de prédios públicos (7 milhões de reais) a todo vapor e em breve entregaremos duas reformas importantes que é o Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes e Centro Municipal de Saúde; a marcação de consultas passou a ser online na nossa gestão, acabando com as filas. Criamos o Ônibus da Saúde para levar atendimento em locais que não possuem equipe médica e inclusive atendimento para moradores de rua e em breve vamos ampliar a contratação de consultas de especialidades médicas para diminuir a demanda reprimida, que é responsabilidade do Estado.

– Qual a mensagem que o senhor deixa à população cachoeirense?

Uma mensagem de esperança! Não do verbo “esperar”, mas do verbo “esperançar”! Uma vez ouvi um discurso do meu saudoso irmão Glauber onde ele citou uma frase da música de Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”. Isso é esperançar! Isso é participar!

Cachoeiro está em plena transformação, em todos os sentidos! E transformar significa mudar. Mudar a forma de enxergar a cidade, mudar a maneira de encarar os desafios, mudar a maneira de se alegrar com as conquistas… Tudo isso juntos!

Queremos uma cidade melhor? Que sejamos a mudança que queremos! Juntos!

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