Não são apenas as condições climáticas que descompassaram entre os extremos. A política atual está em um nível capaz de fazer ‘nevar’ em Cachoeiro de Itapemirim (pasmem!). Jornalisticamente, é um ‘prato cheio’. Mas, como a humanidade nos veste antes das profissões, desejamos o melhor para nós, mesmo que não seja via àqueles que escolhemos.
Costumo dizer aos amigos que estamos no auge da ‘era da informação’: não é mais questão de fácil acesso; pois, é a informação que nos acessa, hoje em dia. E ela toca a todos, independentemente de quem tem interesse, de quem está preparado para recebê-la, assimilá-la, digeri-la, discerni-la ou apenas se ‘alimentar’ a partir de suas ‘paixões’ platônicas.
A verdade, que pode ser considerada como absoluta, é que os brasileiros expandiram suas ‘especialidades’ de escalar times de futebol para todos os temas da vida; principalmente para as questões eleitorais e administrativas do setor público.
E, neste ‘levante’, surgiram e ainda surgem novos ‘líderes’ (ou velhos, com a roupagem da nova moda) se dispondo a conduzir todos ao fim almejado por séculos sem explicar os meios – como sempre. Após a quarta-feira de cinzas, acenderá no Brasil uma fogueira disposta a ‘defumar’ os governos e demais mandatos já postos como estratégia de degustação para efeito nas eleições de 2020.
A eleição geral que tivemos ‘matou’ a ‘direita’, que tem o árduo desafio de sua reinvenção: ressurgirá de seus antigos ideais ou contrapondo-se à extrema-direita? A esquerda precisa entender que, mesmo com a votação significativa de Haddad e o resultado positivo no parlamento e nos estados, também jaz ao lado da direita, no que diz respeito à necessidade de reformulação. A extrema-direita surgiu da perfeita análise do comportamento político ‘mundial’. Agora quer, legitimamente, expandir-se pelos municípios – só que o novo sucesso está atrelado à gestão de Bolsonaro nestes dois primeiros anos.
Talvez, até antes do primeiro semestre, iremos presenciar um ‘bombardeio’ de novas formas de governar, legislar e críticas de todas as ordens a tudo o que está posto. Surgirão novos solucionadores dos velhos problemas, propondo inovações dentro de um sistema arcaico que não permite sequer ajustes.
Olhando o solo onde piso (Cachoeiro), o palanque de 2016 nunca foi desmontado. Temos uma Câmara com perfil de executivo, com claros ensaios e insinuações do ‘como eu faria melhor se fosse prefeito’. Fora do prédio do legislativo municipal, não faltam estratégias político-eleitorais aguardando o ‘start’.
O próprio pleito municipal abriu condições para isso: sem ‘figurões’ postos, vários se colocaram como candidatos. Com isso, para quem almeja a chave do palácio Bernardino Monteiro, é pertinente manter a sensação de que é preciso preencher este simbólico ‘vazio litúrgico’. E somente o prefeito Victor Coelho (PSB) pode erradicar isso. Como? Atendendo, neste ano, a maior parte da considerável expectativa criada com os quase 60 mil votos que teve e se tornar, de fato, uma liderança aos olhos do povo.
O eleitor tem que dar espaço ao cidadão nos períodos não eleitorais, diferentemente do nosso país que respira e exercita eleição ano após ano em detrimento à técnica administrativa. 2019 é a oportunidade para a população amadurecer ainda mais a ponto de aperfeiçoar o discernimento de separar o joio do trigo. O ano ainda é de lutar por melhorias para a cidade; não de inviabilizar o município antecipando a construção de palanques eleitorais.