Com o objetivo de evitar novas situações de violência contra a mulher, a prefeitura de Cachoeiro realiza, nesta semana, rodas de conversa em Centros de Referência de Assistência Social (Cras) do município. Terça (12), quarta (13) e quinta-feira (14), psicólogas e especialistas na área vão conversar, explicar e ajudar a identificar casos de abuso e assédio.
As primeiras rodas, nesta terça, acontecerão no Cras do bairro Zumbi, às 9h e às 14h, com a psicóloga Sara Thompson. Quarta (13), o evento acontece às 9h, no Cras do Jardim Itapemirim, com a especialista Tatiane Mareto.
Já na quinta (14), há três encontros: no Cras do distrito de Burarama, às 9h, e no de Itaoca, às 14h – ambos com a especialista Naiara Maria Batista. O Cras do Alto União recebe a atividade na mesma data, às 14h, e conta com a participação da psicóloga Giovana Carrozzino Werneck, especialista em Terapia Comportamental e Políticas Públicas em Gênero.
Com as rodas, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes) coloca o assunto em pauta de uma maneira descontraída e dá voz às mulheres de modo mais informal do que com as convencionais palestras. “É um bate-papo em que as participantes podem desabafar sobre suas realidades e compartilhar experiências. Uma ocasião em que elas mesmas identificam relações de violência”, explica a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Márcia Bezerra.
As atividades são voltadas a mulheres das famílias acompanhadas pelos Cras, mas qualquer pessoa interessada pode participar.
“Violentômetro” ajuda a calcular perigo
Um dos materiais que vem sendo trabalhados pela Semdes em ocasiões em que se trata sobre o assunto é o “violentômetro” – uma espécie de medidor da violência contra a mulher, que as ajuda a identificar padrões abusivos de seus companheiros e saber quando tomar atitude. Os graus dessa espécie de termômetro vão desde falas ofensivas e chantagens até a mutilação.
“Algumas mulheres, antes de participarem, nem se davam conta de serem vítimas de abusos ou assédio, pois há quem ainda acredite que a violência está só no ato de bater, machucar ou mutilar. É um instrumento para a mulher perceber os perigos”, salienta a secretária.
Uma servidora pública, de 60 anos, que prefere não se identificar, destaca a importância de atividades como essas. Vítima de violência doméstica, ela conta que já narrou a própria história em uma palestra sobre o assunto e como foi difícil se libertar do ciclo e procurar ajuda. “É algo que marca não só a vida da mulher, mas toda a família. Eu sempre me culpava pelo que sofria, como se tivesse dado motivo, mas a violência está no abusador e não no abusado. A culpa não é delas”, frisa.