As eleições municipais estão longe de ser sequer embrionárias; com isso, nem mesmo pesquisas se sustentam, já que não é possível congelar a realidade e aplicá-la outubro de 2020. No entanto, através de movimentos discretos e, claro, ‘gritantes’ e confessos é possível identificar personagens e as suas pretensões (e até quem só gosta de valorizar o passe).
O único candidato natural ao próximo pleito é o atual prefeito de Cachoeiro, Victor Coelho (PSB). Neste momento, a leitura eleitoral mais comedida a se fazer é se o mandatário sinaliza interesse na reeleição ou não – a meu ver, é claro. E, por assim acreditar, é nesta que vou.
O ingresso de Paulinho Miranda na Secretaria de Governo, depois de deixar a pasta de Serviços Urbanos, é um sinal voltado para o horizonte discorrido em tela: sai o técnico e entra o político. Não há dúvida de que o primeiro objetivo é a manutenção da governabilidade – mas, tendo-a, majora a chance de reverter boa parte da queda na avaliação do governo.
É possível colocar na ‘conta’ de Paulinho (leia-se: foco na reeleição) a condução de Alexon Cipriano (Pros) para a presidência da Câmara Municipal e a composição das comissões permanentes da Casa de Leis, das quais as principais – Constituição e Justiça e a de Finanças – são ocupadas por vereadores da base aliada. Esta última citação significa celeridade nos projetos de interesse do governo.
E a relação entre a prefeitura e o legislativo municipal é tão afinada que edil aliado só reclama de pedido (de obras ou serviços) não atendido ao ‘pé do ouvido’.
E mais: na sessão ordinária desta terça (12), parafraseando o ‘Fundo de Quintal’, até quem não é de falar, falou. O vereador Paulinho Careca (PRP), aliado fidedigno e que poucas vezes se utilizou da tribuna, rasgou elogios (e sem auxílio da ‘colinha’) à pasta de Serviços Urbanos. Ou seja, parece que nem a timidez sobressai ao projeto da reeleição majoritária.
Já pelos bastidores, a informação é de que o próprio prefeito já senta com líderes partidários para ouvi-los e começa a rabiscar a composição ideal para 2020. Mais a fundo, Coelho teria manifestado para alguns que está focado em agrupar cinco siglas; no entanto, aliados mais próximos acreditam que o número possa ser maior.
Como o socialista é o ‘candidato natural’, é vital nutrir as parcerias. No entanto, ninguém quer para si a mancha da má avaliação alheia.
Por isso, a prioridade da administração deve ser a sustentação e ampliação de serviços que compõem o anseio popular e o início e conclusão de obras importantes, aguardadas há tempos. E isso tem peso e validade: o maior volume até o final do primeiro semestre deste ano – assim, o que vier na sequência terá efeito positivo até dezembro. Se ficar para 2020, é melhor pensar numa chapa ‘puro-sangue’, na melhor das hipóteses.