Creio que não seja preciso levar uma punhalada nas costas – de alguém íntimo – para pesar a dor… ainda mais sendo cachoeirense, na linha de Newton Braga, que nos mostrou a antena para captar as dores que não são nossas.
Nesta fina melodia da dor, sinto que o ostracismo e a ‘maldição musical popular’ ‘demonizada’ sobre o nosso ilustre e saudoso Sérgio Sampaio persistem. A questão, sendo ele um dos nossos, é a seguinte: “Por que, Brutos?”.
Em administrações recentes, Cachoeiro dedicava uma semana em homenagem a seu cantor e compositor, sempre no mês de abril – Sérgio nascera em 1947, no dia 13 desse mês e morrera em 15 de maio de 1994, no Rio de Janeiro.
Os dias dedicados ao Sampaio rendiam não só as suas belas canções, como também pautava saraus e outras atividades culturais. O município, mesmo que em parcela, começou a ‘viver Sérgio’, levando pessoas para as praças e ao teatro local, sob à ‘magia pura’ sampaiana. Agora, nada se ouve; calou a boca, não só o Zebedeu.
Em Vitória, a música dele ecoa por todo o ‘Centro histórico’. Inclusive, foi aberta por lá a ‘reprodução’ do bar do Auzílio, cujo original se localizava na rua Moreira, em Cachoeiro de Itapemirim, e era um dos pontos onde Sérgio e amigos ‘molhavam a palavra’ e beliscavam a famosa piabinha frita.
Ainda na capital, nesta semana, houve evento em alusão ao nosso personagem. Há de se registrar que o também músico João Moraes, cachoeirense e primo de Sérgio, é o principal entusiasta deste movimento em ‘louvor’ às obras de Sampaio.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, já vai para a quarta edição a ‘Semana do Sampaio’ – ocorre neste dia 20 de abril e contará com a presença ilustre de Helinho Sampaio, irmão do homenageado e articulista do Em Off Notícias, assim como foi em Vitória. E, por aqui, não há “tanto limão pelo chão”. A esperança é de que, “mesmo que as mesmas portas estejam fechadas”, Cachoeiro possa nos servir, novamente, de Sérgio Sampaio.