“Ele (médico e ex-vereador Roberto Bastos) está há 30 anos ‘comendo’ da Santa Casa, construiu um prédio com o dinheiro dele, recebido através de operações pelo SUS”. No mesmo discurso, após citar Judas, a vereadora Renata Fiório (PSD) complementou: “… aquele que cospe no prato que come, beija o rosto que vai trair, diz que ama a mulher e nunca sentiu uma cólica, acha que ela precisa somente do serviço que ele presta”.
A vereadora Renata entrou em defesa do hospital cachoeirense, que é alvo de ataques por parte de Bastos por conta do fechamento da maternidade, cujo serviço será ofertado pelo Hospital Infantil ‘Francisco de Assis’ (Hifa). As declarações aconteceram na sessão de terça-feira (2), quando o médico também se utilizou da tribuna da Casa de Leis.
Para a edil, a saída da maternidade da Santa Casa providencia a abertura e ampliação de serviços de especialidades – uma vez que, desde 2014, através de processo licitatório, o Hifa assumiu a responsabilidade da gestão do atendimento materno-infantil.
“Mulher não faz só parto. Há outros problemas, dos quais as mulheres têm de ir a Vitória ou Guaçuí por não ter referência em Cachoeiro. O SUS não pode privilegiar só um aspecto da vida de uma pessoa. Então, quem não pode ter filho nunca será assistida pela Santa Casa?!”, indagou, reforçando que a Santa Casa é referência em trauma, não em parto.
O ex-vereador fez denúncias também contra o superintendente da casa de saúde, padre Evaldo Ferreira, acusando-o de acordos obscuros para o fechamento da maternidade. “Não se brinca com a credibilidade de uma pessoa nas redes sociais. O governo do Estado impôs às instituições filantrópicas sistema de prestação de contas online. Não é brincadeira prestar serviço para o Estado”.
Audiência
A Comissão Permanente de Saúde, da Assemblei Legislativa, promoverá reunião na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim no próximo dia 8. Neste evento, que é itinerante e percorre outros municípios, também será tratado o assunto.
“Espero que esse senhor venha aqui. É triste ver uma pessoa, de forma leviana, querer aumentar o serviço que está de porta aberta todos os dias… que tem que ter pediatra, porque ele quer; um berçário, porque ele quer. Isso, é pensar muito em si. Esta Casa (Câmara) não pode servir de palanque”.
Médico chama vereadora de covarde
O médico e ex-vereador Roberto Bastos respondeu a vereadora pelas redes sociais, dizendo que ela não teve coragem de falar quando ele estava na tribuna da Câmara Municipal. Em uma segunda postagem, ele a chama de covarde.
“Você deveria ter tido a coragem de falar quando eu estava aí (na Câmara). Age pelas costas, falei na sua cara e você a abaixou a cabeça. Agora, vem de ‘mimimi’. Marque comigo um debate ao vivo e vamos discutir saúde pública; se você vai resolver, faça. Te dou uma semana… resolva as filas, os exames difíceis de fazer. Se não sabe fazer, apoie quem sabe. Eu sei fazer, se não sabe dá licença para quem sabe”, postou, no perfil da vereadora Renata Fiório.