Monólogos promovem encontro entre ator, personagens e público em Cachoeiro

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Os espetáculos Viajante, da Companhia Do Outro, de Vitória, e A Culpa, do Grupo Anônimos de Teatro, de Cachoeiro, integram o projeto 2 por 1, aprovado no edital de Circulação de Espetáculos Teatrais da Secretaria de Estado da Cultura. Juntos, os monólogos irão se apresentar gratuitamente em cinco cidades capixabas entre abril e maio.

A turnê chega a Cachoeiro nos dias 04 e 05 de maio, às 19h, quando os espetáculos se apresentam no Teatro Municipal Rubem Braga. Os espetáculos compõem a programação de aniversário dos 19 anos do Teatro.

Em comum, a atuação nos dois solos de Luiz Carlos Cardoso.

Conheça

Viajante tem direção e dramaturgia de Fernando Marques (Grupo Z de Teatro) e narra histórias de personagens que um dia cruzaram o caminho de um andarilho, nos diferentes lugares por onde passou. Ao longo de sua trama, resgata memórias, afetos, perdas, e fala sobre descobrir-se e perder-se a si mesmo, construir e ser construído por histórias, como a de uma mulher que vai, todos os dias, à praça de sua cidade esperar por alguém; um pai que se despede do filho na porta da sala de embarque; um homem que volta à cidade natal e se dá conta de que não sabe muito de si; um malabarista de semáforo pego pela polícia. Um viajante que viu essa gente e um ator que dá corpo ao viajante.

A peça se apresentou na Mostra SESC Cariri no Ceará e representou o Espírito Santo nessa que é uma das mais concorridas vitrines culturais brasileiras. Viajante estreou no final de 2014 com apresentações ao longo de 2015 em projetos do SESC Glória, em Vitória – Palco Giratório, Aldeia SESC e Cena Local -, foi selecionado no Festival Nacional de Teatro de Vitória e no Festival Nacional de Teatro de Guaçuí, onde recebeu o prêmio de Melhor Texto e Melhor Cenografia e indicações a Melhor Espetáculo, Melhor Ator, Melhor Diretor e Melhor Iluminação. Em 2016, participou do V Festival de Leituras Dramáticas Capixabas em Cachoeiro/ES.

A Culpa é baseada no texto Carta ao Pai do escritor Franz Kafka (1883-1924). “Carta ao Pai” é uma obra especial. Primeiro, por não ser ficcional. É o próprio Kafka quem expõe suas relações com o pai em páginas e mais páginas, deixando para a eternidade a verdade de seus sentimentos. Segundo que, por não serem ficcionais, os fatos verídicos vão se formatando na cabeça do leitor que dá às palavras e histórias seus sentidos próprios, de acordo com seu repertório emotivo. Ou seja, cada leitor tem a sua perspectiva ao ter ideia das confissões kafkianas. E, finalmente, porque Kafka é mestre em expressar o verdadeiro significado da literatura: suas palavras evocam os sentidos. “No mundo de Kafka, a história é o que é: a realidade como é retratada.” (BEGLEY, 2010:178). Em “Carta ao Pai”, sem personagens ficcionais, sem ideias mirabolantes, sem mentira, a citação é mais que verdadeira.

Sua estreia aconteceu no final de 2012 e já participou de diversos festivais do nordeste, sudeste e sul do país além de premiadas apresentações ao longo de 2013, 2014 e 2015 no Chile, Colombia, Uruguai, Portugal e Itália.

 

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