Durante a fase das lideranças partidárias da sessão desta segunda-feira (27), alguns deputados destacaram as manifestações em apoio ao governo federal ocorridas no último domingo (26) em mais de 150 cidades nos 26 estados e no Distrito Federal. Para o deputado Capitão Assumção (PSL), os atos representaram uma mensagem patriota, “dos que acreditam no pragmatismo político e não mais no fisiologismo”.
“Estamos vivendo quebra de paradigma. O brasileiro que foi à rua não no seu horário de expediente, mas no seu horário de folga. É o cidadão pró-reformas políticas, da Previdência, é o cidadão que estava ali, não tinha ninguém ligado a sindicatos, ninguém ligado a fisiologistas, o cidadão que quer o Brasil para seus netos e bisnetos, com essa força que os capixabas saíram da sua casa para fazer uma manifestação democrática”, afirmou.
Para o deputado, possíveis atuais movimentações políticas no Congresso Nacional não representariam a vontade da sociedade. “Toma lá e dá cá é página virada. O cidadão no dia 26 sabe o porquê de estar ali. Temos certeza que esse presidente sabe o que está fazendo”.
“Todos foram lá de graça para dizer a deputados e senadores que estão ansiosos pelas reformas. Foi uma nova eleição ontem. Mais uma vez os patriotas foram às ruas”, continuou. Assumção apontou que personagens anônimas sustentaram as manifestações e criticou o Movimento Brasil Livre (MBL). “Movimento Bolso Lotado, movimento espertinho que achava que controlava o patriota nas ruas”, disse.
Em apartes, os colegas de partido Torino Marques e Delegado Danilo Bahiense ratificaram a fala do líder. “Foi a verdadeira aula da democracia. Eu não vi ninguém bebendo ao extremo porque era um movimento muito sério que o Bolsonaro criou desde o começo da sua campanha. Vimos quem realmente está com ele. Pessoas que querem a reforma, que querem, é claro, o pacote anticrime do (Ministro da Justiça) Sergio Moro”, afirmou Marques.
“Foi uma festa muito linda. Vimos muita gente, muita criança, e a coisa mais interessante, ninguém consumindo bebida alcoólica. Eram pessoas muito cientes do que queriam. Um grande ato cívico”, apontou Bahiense.
Convergência
Na fase dos oradores inscritos o deputado Dr. Emilio Mameri (PSDB) defendeu que o movimento foi forte e legítimo “com manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e às reformas propostas por seu governo”, mas que o movimento duas semanas antes, contrário ao presidente e suas medidas que cortaram 30% da verba de custeio de universidades e institutos federais, precisa também ser ouvido.
Mameri defendeu as reformas propostas pelo novo presidente, em especial a da Previdência, por uma oxigenação da economia, mas ressaltou que também é contrário a cortes na educação, pois o Brasil já sofreria com o sucateamento do setor.
“A impressão que se dá é que as eleições ainda não terminaram. O atual governo ainda está longe de alcançar o objetivo que tanto pregou na campanha de unificar o País. O discurso é muito bom, mas não é o que observamos na prática”, ressaltou.
O tucano também demonstrou preocupação com a falta de credibilidade das instituições democráticas e defendeu convergência entre os Poderes, pois o “Executivo sem o Legislativo não conseguirá aprovar reformas”. “Sabemos que estamos vivendo uma grave crise política, mas extinguir as instituições seria desistir da democracia, e eu não vejo uma forma melhor de governar um país que não seja por esse caminho”, refletiu.
“A verdade é que o País segue polarizado e quem perde com isso é a população. Se o brasileiro não aprender logo que a medida certa é entre a falta e o excesso, não vamos encontrar o equilíbrio necessário para prosperar”, enfatizou.