Festa de Cachoeiro: só ocorrências de alegria

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Homenagens, fortalecimento da cultura e culto às amizades. A Festa de Cachoeiro de Itapemirim deste ano deve ter feito florir os arredores do túmulo de Newton Braga, assim como a alma de todos que frequentaram cada evento da última semana.

O orgulho de ser cachoeirense talvez só não foi maior do que a alegria de reencontrar outros conterrâneos, seja no festivo parque de exposições, na cultural Casa da Memória, no chão vermelho que abre a ‘ponte de Ferro’, no pomposo Caçadores Carnavalescos Clube, no caridoso Centro Operário, no clube Jaraguá, na pureza infantil da Linha Vermelha e demais locais.

A professora Neuza Maria Brunoro Costa concentrou em si todo o agradecimento local por manter forte o nome de Cachoeiro – em sua vertente de exportar cabeças pensantes para o mundo. A empresária Marilene Depes simbolizou o mesmo sentimento por traduzir em ações o seu amor pelo município.

Na ideológica praça Vermelha, cada metro quadrado reserva amigos distintos, muita conversa e inúmeras risadas. E cada canto da praça é explorado aos passos de samba e choro, entre um gole e outro da bebida preferida.

O glamour do tradicional Baile de Gala só não supera o brilho nos olhos de seus participantes. A diversão de lá tem o mesmo idioma e o mesmo calor de abraços das demais programações. E o seu ponto alto e quase religioso surge do sopro da fanfarra que, na máxima força dos pulmões, lança até o teto o hino de Cachoeiro. Uma emoção que dura há 80 anos – semelhante ao ouvir Roberto Carlos abrir seu show com ‘Emoções’, em mais de seus 50 anos de carreira.

A fila para entrar no Parque de Exposições ‘Carlos Caiado Barbosa’, na sexta-feira (28), dava quase duas voltas. A última pessoa adentrou os portões à 0h30, já com o show de Felipe Araújo ecoando. Em pensar que questões financeiras já obrigaram esta festa a se espremer na praça Jerônimo Monteiro. E o melhor: a Guarda Municipal não registrou nenhuma queixa de violência.

O ódio que persiste em idiotizar as redes sociais não tem espaço na realidade do espírito do cachoeirense, principalmente na sua principal festa. Uma espécie de nacionalismo que poderia inspirar o restante do Brasil.

Em meio à festa, tivemos de volta a biblioteca Major Walter dos Santos Paiva com endereço fixo: na Casa da Memória, na rua 25 de Março. No mesmo local, abriga-se o Instituto Histórico e Geográfico e a Academia Cachoeirense de Letras, que já foi presidida por meu amigo Roney Moraes, cuja foto está lá estampada.

As ocorrências de felicidade da festa deste ano são uma ótima sugestão para começar a semana: embora não tenhamos música na labuta diária, podemos manter a cordialidade e a alegria nos encontros – feliz como Neném Doido (Hermogênio Lucas) recebendo a comenda Rubem Braga. Saber que o dia de hoje será melhor que o de ontem e o de amanhã superará o de hoje. O show é nosso e dos nossos. Parabéns, à organização e a todos os cachoeirenses e munícipes vizinhos que nos prestigiaram.

*Seguem abaixo alguns registros da Festa de Cachoeiro 2019:

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