“Estando presente o soberano, as desordens são percebidas no nascedouro, e é possível remedá-los a tempo; já em sua ausência, os distúrbios só são notados quando não há mais remédio” – Maquiavel
É inegável a eficiência da articulação política do governo de Victor Coelho, em Cachoeiro de Itapemirim, na manutenção da governabilidade. Nestes quase três anos de administração, praticamente não se viu turbulências graves na relação com a Câmara Municipal. No entanto, para garantir a robustez de apoio para tentar a reeleição, caso seja o interesse do palácio Bernardino Monteiro, a estratégia é outra – e essa a gente não vê.
Conversando com alguns líderes partidários, o que se ouve em uníssono é de que não há articulação que perceba ou construa a reeleição de Victor. E isso reflete nos movimentos de várias siglas, que realizam eventos lançando pré-candidatos a prefeito ou que aguardam o momento certo para isso.
Há aqueles que estão na dependência de um sinal do palácio, até mesmo, para saber o próprio futuro. E não é questão só de sinal, mas de um posicionamento que reúna um grupo forte para 2020.
O apoio advindo da Câmara Municipal e de partidos que colaboram com quadros no segundo e terceiro escalão do governo tem vínculo restrito aos assuntos da administração – tanto que há siglas da base aliada que lançam supostos concorrentes para 2020 e vereadores, também declaradamente da base, cujo partido também tem projeto para a majoritária.
A pauta eleitoral é outra e precisa ser iniciada; tanto pelo município, quanto pela estadual. Por Cachoeiro, e via PSB, percebe-se que as articulações não caminham. Há quem garanta que ainda há arestas entre o grupo histórico socialista e o de Coelho. Além disso, é clara a indefinição da permanência ou não no partido do vereador Alexandre Bastos, que é presidente do diretório local.
Além do ‘poder da máquina’, é visível que 2019 superou os dois primeiros anos do atual governo, no que diz respeito a início e entrega de obras. Ao atender anseios nas comunidades e distritos, os apoios de lideranças e de políticos ocorrem por gravitação.
Claro que somente uma pesquisa pode certificar se houve ganho eleitoral ou, pelo menos, recuperação suficiente daqueles 59.377 votos para seguir no páreo. De qualquer forma, a política é feita de diálogo. E quem é o ‘nome a ser batido’ tem que ter a sua força expressa também via o grupo que o segue.