Cria do PSB de Cachoeiro de Itapemirim e atual presidente do diretório local, o vereador Alexandre Bastos parece disposto a ‘pendurar no cabide’ a camisa vermelha. Sua ausência no evento do partido neste sábado (14) – com a presença do governador Renato Casagrande -, mesmo justificada, foi sentida, comentada e alfinetada por correligionários.
A assessoria de Alexandre informou que ele teve compromisso em Vila Velha, onde participava de encontro de turma de escola de 1981. É um fato. Porém, possa ter quem creia que a razão de sua ausência seja o que acontece os bastidores, que trarei neste editorial.
Alexandre Bastos ensaia candidatura a prefeito, realidade remota de acontecer dentro do ‘ninho da pomba’ que tem a reeleição do prefeito Victor Coelho como prioridade. Alguns socialistas acusam que a inércia da executiva local na construção do ‘projeto Victor’ esteja diretamente ligada ao ‘sai não sai’ de Bastos.
Pessoas próximas ao vereador garante que ele não vive mais em ‘mar de rosas’ com Casagrande, correligionário de décadas, e nem com Coelho. O ‘ponto chave’ desta insatisfação seria acordo firmado em torno de sua candidatura a deputado estadual nas eleições de 2018, quando Bastos perdeu. Para ele, segundo essas fontes, o apoio não foi do tamanho da época do ‘aperto de mão’. Em âmbito estadual, teria ocorrido, até mesmo, redução de sua estrutura de campanha para beneficiar candidato socialista de outra região do estado.
As conversas com outros partidos e também com o que colhe nas ruas – somadas à crise interna partidária – estariam incentivando Alexandre a buscar nova filiação e disputar a majoritária em 2020, ao invés de tentar o sétimo mandato na Câmara Municipal.
Sua ausência no evento socialista no bairro Coronel Borges pode ter manifestado a sua distância. E do lado da sigla, houve réplica: “se tiver filiado querendo ser prefeito, ao invés de abraçar a reeleição de Victor, que saia do partido!”. As palavras foram do ex-secretário de Meio Ambiente de Cachoeiro, Mário Louzada, integrante da executiva estadual do PSB. E, sem dúvida, é o pensamento geral da agremiação.
A história de Bastos e a do PSB cachoeirense se confundem. É sabido que é natural a existência de interesses distintos e até ‘confrontos’ internos nos partidos. Pode ser que a maturidade dos socialistas históricos, apesar do ‘mau clima’ atual, resolva este imbróglio e mantenha forte as próprias fileiras.