Neste Dia Nacional da Consciência Negra, a reportagem do Em Off Notícias ouviu o professor, advogado, jornalista e presidente da União Cachoeirense de Negros (Uninegros), José Paineiras, para saber se os negros têm o que comemorar nos dias atuais – 131 anos após a abolição da escravatura.
Paineiras expôs uma série de razões para que reflexão sobre a consciência negra persista. “Os escravizados foram os negros; 70% dos desempregados são negros; 75% dos adolescentes e jovens assassinados são negros; a maioria das mulheres que sofrem com a violência é negra”, observou. “Apenas 16% dos que concluem cursos superiores são negros”.
Há percentuais também no que diz respeito à uma ótica sobre a moradia e propriedades rurais. “Menos de 3% das propriedades agrícolas pertencem aos negros; menos do que povos estrangeiros que possuem 8%; menos do que os índios que possuem 12% e muito menos do que os brancos, que possuem 77% das propriedades agrícolas”, afirmou.
“Menos de 2% das melhores residências das cidades brasileiras são habitadas por negros, enquanto 75% dos negros habitam as piores moradias”. O professor conta também que 100% dos negros já sofreram com algum tipo de discriminação ou bullying nas escolas por conta de sua cor.
“É por isso que ainda é necessário comemorar e refletir sobre o Dia Nacional da Consciência Negra. Em tempo: no Brasil ninguém assume que é racista; mas, todo brasileiro conhece pelo menos uma pessoa racista”, concluiu.
Repúdio
“O Uninegros – União Cachoeirense dos Negros -, manifesta total repúdio à atitude racista do indivíduo inescrupuloso, deputado federal do PSL Coronel Tadeu que, em desrespeito aos cidadãos negros do Brasil, quebrou um painel que representava a realidade da violência contra a juventude negra, numa exposição de arte na Câmara dos Deputados, em Brasília”, assina a coordenação da Uninegros.