Greve da PM: anistia de Casagrande e o pulso forte no Ceará

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O ‘fantasma’ de uma nova ‘greve’ da Polícia Militar ronda o palácio Anchieta e, sem dúvida, tira o sono do governador Renato Casagrande (PSB).

O diálogo que ele pregou na campanha eleitoral como solução para o pleito da categoria parece não ter surtido efeito. Consequentemente, a afirmativa da deficiência orçamentária para o reajuste salarial feita por seu antecessor Paulo Hartung pode ser, obrigatoriamente, repetida pelo socialista.

A paralisação da PM no estado levou prejuízos políticos e eleitorais para Hartung. Como numa gangorra, devido à escassez de lideranças, o mesmo episódio elevou Casagrande a uma vitória confortável nas urnas em 2018.

Assim que assumiu, o atual governador, com o discurso inflamado em favor dos militares que protestaram, concedeu a anistia a estes; enquanto a medida de Hartung foi punitiva, por força da legislação que proíbe greve também das forças de segurança.

Pode ser que o perdão concedido pelo atual chefe do executivo estadual atrapalhe hoje o seu sono. Afinal, com a anistia, é possível interpretar que ele se posicionou em conivência com o episódio, que ceifou 219 vidas no Espírito Santo em fevereiro de 2017.

Enquanto isso, os moradores do Ceará passam pelo mesmo terror. A greve dos policiais está em curso e, em apenas três dias, 88 assassinatos já ocorreram.

No entanto, por lá, o pensamento das autoridades é muito distinto do que teve Casagrande. Conforme o Diário Oficial do estado nordestino do dia 21, 167 policiais militares, que participaram da paralisação, foram afastados.

Os agentes investigados ficarão fora da folha de pagamento a partir deste mês de fevereiro. Os policiais também deverão entregar identificações funcionais, distintivos, armas, algemas, além de quaisquer outros itens que os caracterizem nas suas unidades.

Voltando ao Espírito Santo, temos que contar somente com a solidariedade e de mais paciência dos profissionais da área de segurança para que não vivamos a vulnerabilidade de outrora. Pois, pelo o que se vê, o diálogo, de anúncio massificado, continua sem base orçamentária.

 

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