As intrigas, reclamações, acusações e suspeitas de conspirações são inerentes do ser humano; talvez, mais ainda do brasileiro. Possível que, por força do histórico das fraudulentas utilizações dos cargos públicos em benefício próprio, principalmente, elevamos nossa descrença. Porém, quando o assunto envolve diretamente a vida e em meio à uma busca incessante da ciência por essa preservação é preciso ter cautela.
Vivenciamos um medo coletivo sem fronteiras e oceanos com a pandemia do coronavírus. E é tão real que, apesar dos discursos e posicionamentos divergentes, ninguém ainda foi capaz de organizar manifestações para a abertura das escolas. Ou seja, há o instinto protetor da vida dos filhos; consequentemente, também há a certeza diante da gravidade do que acontece.
A cautela é necessária para compreender que as orientações precisas diante do atual quadro só têm credibilidade quando proferidas pelos especialistas da área da saúde. É dessa forma que todos os países estão fazendo.
Seria eu um tolo aglomerar um conjunto de frases para discordar dos métodos preventivos anunciados pelas maiores autoridades de saúde do mundo. E mais pueril deixar que saibam que penso ser vítima de um arranjo maligno mundial, caso detentor de mandato fosse.
No campo político, é fácil enxergar com clareza que os prejuízos financeiros e econômicos não ‘cairão no colo’ de apenas um gestor. Afinal, todos os mandatários de executivo, com a autonomia garantida por lei, estão assinando decretos alinhados com o isolamento social. É o ônus com caráter de bônus.
As cláusulas canetadas têm vínculo direto com os anúncios de prevenção da classe mundial sanitária. Com isso, quaisquer pronunciamentos contrários ignoram a ciência – obviamente, alicerçados em outras motivações.
A queda brusca da receita de empresários e autônomos é desesperadora; assim como o desemprego. É compreensível, no que diz respeito à identificação do ‘desespero’, ouvir que não há necessidade de isolamento tão radical, sendo que os números de contaminação, casos confirmados e óbitos são ínfimos diante da estatística populacional. Pior seria ter que fechar as portas e se esconder pela quantidade de corpos de pessoas próximas em recorde diário.
Este mês de abril, segundo especialistas, é o de possível ponto alto da curva referente aos contágios. O ‘dever de casa’ está sendo feito. O momento é de crer que o fim deste período sombrio está próximo e de que sairemos mais fortes, considerando os aprendizados emocionais, afetivos e profissionais proporcionados pela quarentena.