Vereador, deputado estadual, deputado federal, vice-governador e senador. Não há dúvida de que Ricardo Ferraço é um dos políticos mais importantes do Espírito Santo e de vasto serviço prestado. Mergulhado desde a derrota nas urnas em 2018, ele ensaia o retorno à tona na política capixaba.
Na verdade, o primeiro mergulho foi ainda durante o mandato de senador. Ricardo confessou, na época, estar “envergonhado” com a decisão do Senado de votar pelo retorno do senador Aécio Neves às atividades parlamentares em outubro de 2017. O tucano Aécio era do seu ninho partidário.
“Vou me licenciar do mandato. Estou com vergonha de ser político”. E mais: “O PSDB fez exatamente aquilo que o PT fazia e nós condenávamos. Estou fora”. Essas declarações, assim como o licenciamento do mandato, ocorreram também em 2017.
O senador retornou para disputar as eleições do ano seguinte e viu ruir o seu capital político: de 1.557.409 votos em 2010 para 480.122 votos, em 2018. Magno Malta ambém perdeu o mandato; ambos perderam as cadeiras para Fabiano Cantarato (Rede) e Marcos do Val (PPS).
Vitórias e derrotas fazem parte de quaisquer trajetórias. Experiente e estudioso, Ricardo não tem nada que lhe pese negativamente para colocar seu nome novamente à disposição da população capixaba. E é nesta linha que parece estar se movimentando.
O primeiro passo foi retirar o ‘bico e as asas’, ficando livre para se filiar ao DEM, que tem como maior liderança o seu pai, deputado estadual Theodorico Ferraço. A desfiliação do PSDB e nova agremiação foram confirmadas, com exclusividade, por Ricardo a este jornalista. Já os planos políticos, não.
Theodorico, também a este jornalista, informou que o DEM está com “as portas escancaradas para receber Ricardo e iniciar o fortalecimento do partido”. O que resta são as conversas de bastidores: Ricardo seria o nome para a Câmara dos Deputados e Norma Ayub, atual deputada federal, para a Assembleia Legislativa. Mas, 2022 está longe.