O Brasil tinha cerca de 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, prontas e em produção, o que o permitiria ser o 1º país do mundo a iniciar a vacinação. É o que afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, durante depoimento à CPI da Pandemia, nesta quinta-feira (27).
“Em dezembro, tínhamos 5 milhões de vacinas prontas e processando mais 4 milhões de doses. O mundo começou a vacinação no dia 8; pelo fim do mesmo mês, foram aplicadas pouco mais de 4 milhões de doses pelo mundo. Por aqui, não havia contrato com o Ministério da Saúde”, disse.
“Poderíamos ter iniciado antes, tínhamos as doses. Poderia ter sido o primeiro país do mundo, se não fossem os percalços contratual e regulatório, que teve atraso”, falou Dimas, que acusou falta de agilidade de todos os atores.
China
Dimas Covas afirmou que declarações de integrantes do governo brasileiro contra a China causam dificuldades no envio da matéria-prima para a produção da Coronavac. O insumo é produzido pelo laboratório Sinovac, porém a exportação precisa da anuência do governo chinês.
“O atual ministro de Relações Exteriores (Carlos França) está melhorando a relação. China tem grande orgulho pela ajuda que dá ao mundo. O que era resolvido em 15 dias, demora mais de mês. Sentimos as dificuldades, já que estamos na ponta”.