Nesta quinta-feira (18), Dia Nacional do Conselheiro Tutelar, a Câmara Municipal recebeu os dez conselheiros do município para ouvir suas demandas e as dificuldades que enfrentam no relacionamento com a comunidade.
Na reunião – inédita, segundo os conselheiros – compareceram o presidente da Câmara, Brás Zagotto (PV), os vereadores Allan Ferreira (PODE), Delandi Macedo (PODE), Sandro Irmão (PSD) e Vandinho Miranda (PSDB), e o prefeito em exercício Cel. Ruy Guedes.
Segundo Brás, todas as solicitações apresentadas no encontro serão reunidas em um documento que será enviado oficialmente à Prefeitura. “Sabemos que seu trabalho é fundamental para a cidade, e que sua rotina é de muito estresse e insegurança. Entendemos que as demandas são simples e justas, e poderão melhorar muito as condições de atendimento à população”, diz o presidente. O Cel Guedes comprometeu-se a dar encaminhamento à solução dos problemas junto ao Poder Executivo.
O Conselho Tutelar possui duas regionais em Cachoeiro, cada uma com cinco conselheiros. As sedes, localizadas no centro da cidade e bairro Monte Cristo, são coordenadas por Romário Manzoli e Jessé Martins.
Os principais relatos que apresentaram na reunião mencionaram constantes ameaças de morte, inclusive com intimidação física e uso de armas, na abordagem às famílias e visitas domiciliares que realizam.
Ameaças e dever legal
“Apenas nos últimos três meses, recebi três ameaças e registrei três boletins na polícia. E todos os conselheiros vivem a mesma realidade”, lamentou Romário.
Segundo ele, os conselheiros solicitam parceria direta com a Guarda Municipal, presença de agentes de segurança em suas sedes e adicional de periculosidade. “Nosso trabalho é de amor e dedicação, mas precisa de reconhecimento e valorização real”, avaliou.
Outra demanda apresentada é a garantia de atendimento às requisições de serviços para as crianças e adolescentes atendidos pelo órgão, especialmente nas unidades de saúde, creches, escolas e CRAS.
Segundo Jessé, os conselheiros não têm o poder de exigir a prestação de qualquer serviço, mas o Ministério Público fiscaliza seu trabalho, exigindo providências objetivas para cada caso. “Entendemos as limitações de prefeitura e estado, mas efetivar direitos dos acolhidos é nosso dever legal. Este é o nosso maior desafio”, alertou.
Apesar das dificuldades, os coordenadores e demais conselheiros elogiaram o que consideram iniciativas positivas da gestão municipal, como boas condições das instalações e equipamentos, a concessão de tíquete-alimentação de 50% e a remuneração dos plantões.
Mesmo assim, ressaltou o conselheiro Leandro Vieira, ainda há muito a fazer, e uma das principais necessidades do município é a criação de políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes. “É preciso criar programas e projetos que os façam ser acolhidos por toda a sociedade”, finalizou.