A segunda metade do ano mais importante para o mandatário que pretende disputar as eleições seguintes se aproxima. E para o governador Paulo Hartung (PMDB) 2016 é crucial para a manutenção de sua vitoriosa vida pública, que engloba oito eleições sem derrota.
A importância do terceiro ano de mandato para quem chefia o executivo se dá também pela paciência da própria população. É de conhecimento geral que quando um gestor não correspondeu nos dois primeiros anos a expectativa em torno dele despenca; o que pode ser amenizado e até revertido no terceiro ano. Já em ano eleitoral, nem pintando a cidade de ouro.
Costumo dizer que Hartung, estrategista que é, é de ‘arquitetar’ a própria tempestade mediante a bonança que reserva para os próximos dias. Só que, desta vez, foi diferente: episódios como a greve da Policia Militar e, principalmente, a citação de seu nome na lista de suposta propina distribuída pela Odebrecht bagunçaram todos os planos do governador.
Como já escrito neste blog (ler aqui), o peemedebista pautou seu governo no discurso do contingenciamento de recursos. Um planejamento capaz de prever a insatisfação a ser gerada em vários setores e de identificar quando dar o ‘start’ nos investimentos frutos do ‘sacrifício’ inicial.
Diante desta ótica, Hartung não tem outra opção a não ser ‘abrir’ o cofre que abriga as demandas ainda não atendidas pelo governo. Voltar a percorrer o estado fazendo entregas e, com isso, criar ambiente favorável para que os prefeitos possam pedir votos para ele em 2018. Afinal, quando chegar o período eleitoral, a satisfação gerada pela administração terá peso na formação das coligações e nas manifestações de apoio.
E há sinais deste ‘start’. A intenção de criar o Fundo de Desenvolvimento da Região Sul do Estado (Fundesul) é um movimento que harmoniza anseios, justamente pela necessidade, uma vez que o sul é preterido diante das benesses da Sudene. Com a maioria na Assembleia Legislativa e diante da importância da pauta, é provável que a matéria tenha aprovada a urgência na análise.
Não há dúvida que reduzir despesas, preservando o dinheiro público, também é um ato/investimento de governo. A questão é que os municípios, esmagados financeiramente pelo atual pacto federativo, precisam do suporte da moeda estadual e a população quer ver, ao abrir a porta de casa, o seu dinheiro aplicado em melhorias. E Hartung tem que orquestrar tudo isso da melhor forma, antes que o destino lhe empregue nova peça.
Crédito da foto: Leonardo Duarte/Secom