Deputada entrega medalhas a defensores dos direitos humanos do ES

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Foto: Tonico

Militantes, representantes quilombolas, indígenas e promotores, protetores e defensores dos direitos humanos foram homenageados pela Assembleia Legislativa (Ales) com a Medalha Ewerton Montenegro. O evento aconteceu na noite de terça-feira (5), no Plenário Dirceu Cardoso, por iniciativa da deputada Camila Valadão (Psol), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ales.

Camila Valadão lembrou que, no próximo dia 10, celebra-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Nessa data, em 1948, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A deputada enfatizou o momento político pelo qual passa o país que, segunda ela, é de resgate da palavra “direitos humanos” e de seu significado “verdadeiro, universal, indivisível, interdependente”, o de proteger os direitos humanos e os seus defensores.

Para além de valorizar as vidas em luta, o espaço de hoje é também para demarcar, no calendário da Assembleia, que existem aqueles e aquelas que defendem, de maneira intransigente, os direitos humanos. Falar dos direitos humanos após os últimos quatro anos é um desafio enorme. A palavra ‘direitos humanos’ foi criminalizada, perseguida, e tentaram esvaziar todo o sentido urgente, político e  importante que essa palavra traz”, afirmou a deputada.

Falando em nome dos homenageados, o designer gráfico Carlos Eduardo Medeiros de Melo, o Kadu, destacou a importância fundamental dos defensores dos direitos humanos na luta por justiça, igualdade e dignidade. “A presença dessas pessoas é crucial para que as vozes sejam ouvidas, os abusos sejam expostos e os direitos fundamentais sejam protegidos. Essas pessoas desafiam as injustiças, defendem as pessoas em vulnerabilidade social e promovem mudanças significativas na sociedade”, pontuou Kadu.

Fizeram uso da palavra também o defensor público do Núcleo Especializado de Direitos Humanos e Cidadania da Defensoria Pública do Espírito Santo, Hugo Fernandes Matias; a coordenadora-geral do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra, Sheila Carina de Sousa; o advogado da Comissão de Direitos Humanos da OAB-ES, Pedro Teixeira; e o vereador André Moreira (Psol), de Vitória.

Apresentação

Durante a solenidade, o Coral Serenata D’Favela, do Morro do Padre, em Vitória, fez uma apresentação musical de vozes e instrumentos de cordas. O trabalho, composto por 319 meninos e meninas, é coordenado pela maestra Luciene Pratti Chagas.

Medalha Ewerton Montenegro

Criada em 2003, pela Resolução 2.075, a Medalha Ewerton Montenegro é destinada às pessoas e organizações que se destacam na promoção, proteção e defesa dos direitos humanos.

Ewerton Montenegro Guimarães, falecido em 2002, vítima de câncer, aos 53 anos, foi jornalista e advogado. Preso político durante a ditadura militar, foi membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória e conselheiro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES).

Em sua militância ajudou a formação do Fórum Reage Espírito Santo, em 2001, liderado pela OAB, para combater o crime organizado no estado. Como advogado, atuou no processo contra a Scuderie Detetive Le Cocq, extinta pela Justiça em 2004. É autor do livro “A chancela do crime – A verdadeira história do esquadrão da morte”, lançado em 1978.

Saiba quem são os homenageados

  • Gessi Cassiano – Faz parte da comunidade Quilombola Linharinho, onde vive há mais de 60 anos, desenvolvendo trabalhos de agricultura familiar e agroecológica e na área cultural e tradicional quilombola. Atua com todas as faixas etárias de idade nos quilombos do Sapê do Norte, é mestre do grupo de Jongo Santa Bárbara e zeladora do ponto de memória Jongo de Santa Bárbara.
  • Carlos Eduardo Medeiros de Melo – Mais conhecido como Kadu, é uma pessoa preta, não binária transmasculina, gorda e designer gráfico. Participa da coordenação colegiada do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades do núcleo do Espírito Santo. Integra o Conselho Estadual LGBT do Espírito Santo e o Fórum Estadual LGBT.
  • Lauro da Cunha Narciso – Militante da área ambiental, atua com educação ambiental em unidades de conservação há mais de 20 anos e já trabalhou  em mais de 30 Áreas Naturais Protegidas. Nas suas publicações de cunho didático-ambiental, destaca-se a “Série Preservando o Nosso Quintal”. Sua preocupação com valorização das pessoas, seus modos de vida e comunidades revelam-se nas publicações “Guardiões da Cacheira da Fumaça” e “Povoação do Rio Doce: recordações do povo da foz”.
  • Vinícius Cássio Corrêa de Sousa –  Secretário do Movimento Negro Castelense, ativista do Movimento de Policiais Antifascismo e membro da Revolução Brasileira. Atuou nas Procuradorias Municipais de Belo Horizonte, onde nasceu, e Vitória, na Secretaria de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano de Cariacica, na Comissão de Elaboração do Plano Municipal de Direitos Humanos de Cachoeiro de Itapemirim, foi soldado e atualmente é oficial da Polícia Militar do Espírito Santo, comandante da 3ª Companhia do 9º Batalhão, em Castelo.
  • Adriana de Jesus Paranhos – Conhecida como Baiana, é atualmente a coordenadora do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e é militante do Psol. Indígena, negra, mãe, avó, reside no Espírito Santo desde 1993. Teve uma vida marcada pelo processo migratório, é liderança da Vila Esperança, em Vila Velha e  já fez parte de outras ocupações no Estado.
  • Valmir Rodrigues Dantas – Técnico de Desenvolvimento Comunitário do Ateliê de Ideias. Morador da comunidade São Benedito e líder do Fórum de Moradores Bem Maior. Participou da coordenação do Planejamento Estratégico Comunitário, Plano Bem Maior. Atua no Comitê Gestor do Banco Bem – Banco Comunitário de Desenvolvimento e no Conselho Local de Saúde de Consolação, Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional. Recebeu o Prêmio Betinho Atitude Cidadã, da Região Sudeste, em 2011.
  • Marcela dos Santos Rocha –  Kunhãtãm da etnia Tupiniquim, vive na aldeia Irajá, é filha de vice Cacique, casada, mãe de três filhos. Segunda mulher da comunidade atuando como cacique.
  • Maria José da Cruz dos Santos – Sua trajetória na defesa dos direitos humanos começou em comunidade eclesial de base da Igreja Católica. Foi coordenadora da Pastoral da Criança. Atualmente compõe a Frente Paz e Pão, da Arquediocese de Vitória, atua na Paróquia Santa Tereza de Calcutá e é coordenadora das Pastorais Sociais.
  • Ana Lucia da Rocha Conceicão – Atua na luta feminista, antirracista e por uma educação pública; no Movimento de Mulheres em Cariacica; na Associação de Mulheres Unidas de Cariacica Buscando Libertação; no Fórum de Mulheres do Espírito Santo; na Articulação de Mulheres Brasileira e no  Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres do Espírito Santo. É sócia-fundadora da Associação de Mulheres Negras (OBORI DUDU), atua no Núcleo Impulsor da Marcha das Mulheres Negras do Espirito Santo. É ex-presidente Instituto ELIMU e filiada ao Psol. Integrante do Terreiro de Umbanda Casa de Oxossi em Cariacica.
  • Gesse Santos Paixão –  Dedica-se à luta negra. Compõe canções, poesias cantadas e faladas, além de ser multi-instrumentista. Professor estadual, licenciado em Filosofia pela Ufes, é propositor da disciplina eletiva “Lado Negro da Força: Educação para as Relações Étnico-Raciais e Música”, desde 2019. Dedica-se à pesquisa da música afro-brasileira e ao estudo dos sons e suas funções e é licenciando na Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames). Desenvolve o OGÓ duo, projeto de música instrumental e poesia abordando a temática masculinidades negras desde 2019.
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