Segundo colocado nas eleições para prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, com 23.861 votos, o ex-vereador Léo Camargo (PL) diz ser alvo de uma orquestração dentro de seu partido para tirá-lo da disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa no pleito de 2026. E ele ‘dá nome aos bois’ e esboça uma engenharia de traição e conspiração.
Segundo Léo, o movimento em seu desfavor seria encabeçado pelos vereadores Coronel Fabrício e Creone da Farmácia, que teriam o mesmo interesse eleitoral e o objetivo de ter o apoio exclusivo da sigla bolsonarista.
“Na minha vida sempre foi assim: em tudo que eu faço tenho os desafios e gente para tentar me atrapalhar, mas eu sei a missão que tenho. Tendo em vista que os dois são vereadores porque eu os coloquei; o Coronel ninguém queria no partido na eleição de 2024, até mesmo na direção da sigla, mas eu conversei com todos e então foi colocado. O Fabrício chegou a me pedir por favor para não deixar ele de fora, e assim eu fiz”.
Atualmente, Camargo atua na assessoria do deputado federal Gilvan da Federal (PL), que, segundo pessoas ligadas ao Coronel Fabrício, já teria manifestado apoio à futura candidatura do edil, assim como o senador Magno Malta, presidente nacional da agremiação partidária.
“O Coronel só será candidato, pois o Gilvan precisa de alguém aqui no sul para pedir voto para ele. O senador vai apoiar todos os candidatos do partido; eles terão 31 candidatos no estado”, avalia Camargo.
Por ser assessor do Gilvan, a reportagem indagou porque esse candidato não poderia ser o próprio Léo. “Sim, nao sei porque estão fazendo isso. Irmão, minha vida sempre foi assim. Eu vou para cima deles”.
Creone da Farmácia
“O Creone só foi candidato a vereador porque eu abri mão da minha candidatura e vim a prefeito. Eu liguei para ele e o chamei, minha família o apoiou, indispus-me com meu pastor pois ele tinha uma preferência de apoio ao Gleydson Mapale e não ao Creone; mas depois toda minha igreja o apoiou junto com meus amigos. Mas, estou em paz, ainda tenho amigos leais comigo, minha família é meu principal apoio e todos estão comigo. Estou pronto: que venha 2026!”, contou Léo.
Apesar dessa disputa interna há um ano e seis meses das eleições, ele afirma que não pretende deixar o partido. “Sim, o PL não tem nada a ver com os atores políticos e tem minha lealdade sempre, até quando eu estiver ali”.
Ataques
A reportagem do Em Off Notícias quis saber se Carmago já foi alvo de ataques (fogo amigo) que ele tenha considerado grave.
“Tenho vários áudios do Creone mandando para outras pessoas dizendo o que eles estão planejando contra mim, mas não vou expor, pois compromete algumas pessoas”, disse. De outra parte, conta ser atacado pela assessoria do Coronel, com o consentimento do próprio. “Claro, ele que quer ser o candidato”.
Nome natural
Embora seja legítima a viabilização de outras possíveis candidaturas, Léo Camargo crê que seu nome deveria ser o estabelecido de forma natural.
“Bom, pela lógica sim. As pesquisas mostravam que eu seria o vereador mais votado da história de Cachoeiro, mas abri mão para me colocar à disposição do partido. Graças a Deus, saímos muito bem na eleição de prefeito, com 24 mil votos, segundo colocado, segunda maior força politica de voto da cidade. Para deputado, eu preciso de mais ou menos 15 mil votos no estado todo. Então, quem teria mais facilidade de chegar à vitória? Mas, o partido que decida isso”.
“Léo viaja na maionese”, crava o vereador Coronel Fabrício
O vereador Coronel Fabrício rebateu as acusações e afirmações feitas pelo ex-edil Léo Camargo, dizendo ainda que ele “viaja na maionese”.
“Ele pensa que é perseguido por todos. Estou apenas buscando o meu espaço. Tenho trabalho prestado em todo o Espírito Santo como coronel da Polícia Militar, tenho direito de ser candidato e é o povo que escolhe depois”, afirmou.
Segundo Fabrício, Léo age como se quisesse ser candidato sozinho e que não teve nenhuma ajuda dele para se filiar ao PL.
“Minha primeira candidatura à estadual foi em 2002, pelo PL. Tenho formação militar assim como o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e sempre fui de direita. Não quero atrapalhar ninguém. Não preciso do Léo para nada. Estou no PL pela cúpula estadual. As pessoas que estão com ele que não querem um policial eleito combatendo a corrupção”, disse o Coronel.
“Ele foi candidato a prefeito, teve o meu voto e foi bem votado. Agora, é outra eleição. Não tenho nada contra ele. Espero que ele também seja candidato e que ganhe os dois”, concluiu, reafirmando que tem o apoio de Gilvan da Federal para o próximo pleito. Fabrício nega os ataques contra Léo, e diz que acontece o contrário.
A reportagem tentou contato com o vereador Creone, no entanto ele informou que estava na estrada no momento.