Victor Coelho: entre a palavra e o afeto

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Após o lamentável episódio da morte do ex-deputado Glauber Coelho (PSB), que tentaria a reeleição em 2014, a ‘família Coelho’ (grupo político mais próximo) recorreu ao vereador Alexandre Bastos (PSB) para levar adiante a candidatura fatalmente interrompida. Em apenas 30 dias, o socialista obteve 11.072 votos, sendo cerca de 7 mil em Cachoeiro de Itapemirim. Não foi suficiente, mas houve projeção.

Alexandre está em torno de duas décadas como vereador. O desgaste natural de quem tem mandato já o causou oscilações e vitórias sofridas neste tempo.

Quando esteve no auge, competitivo para outras esferas, abriu mão de sua candidatura em nome do projeto maior do PSB, que era o ex-governador Renato Casagrande. Os dois sabem bem o custo disso. E Casagrande está certo do quanto deve à lealdade e à militância de Bastos.

Nas articulações para o pleito majoritário do ano passado, Alexandre era o pré-candidato do partido, até mesmo após a filiação de Victor Coelho, que saíra de uma brevíssima estada pelo PDT. Porém, sem apoio financeiro garantido, Bastos desistiu para apoiar Coelho.

Só que na política não existe almoço grátis. A desistência de Alexandre também se deu a partir de um acordo com o atual prefeito: apoiá-lo a estadual, independentemente da vitória ou não do então debutante. Foi assim.

O secretário de Serviços Urbanos, Paulo Miranda, era assessor direto do saudoso Glauber. Vale registrar que, junto com Vander Maciel, acompanhava com destreza a intensidade produtiva incomum de Coelho. Não é por menos que parece um ‘trator’ na condução da pasta que chefia – sem dúvida, uma das melhores do atual governo.

No meio político, Paulinho, como é chamado, herdou os contatos e a afinidade de toda a base política que Glauber Coelho tinha, principalmente, fora de Cachoeiro. Daí, ele pode concluir, facilmente: apoio da máquina no município e votos consideráveis na região.

Porém, não há ciência exata neste campo. Vamos às variantes: em 2014, o candidato apresentado ao eleitorado de Glauber (focando a região) foi Alexandre Bastos, consolidando a associação – com exceção daqueles que não votariam em outro a não ser no Glauber, independentemente de qualquer infortúnio. Outra: será que Alexandre, com toda a sua experiência, distanciou-se destes eleitores dos municípios vizinhos depois de 2014? Prefiro duvidar.

A articulação da eleição do diretório municipal do PSB foi 100% ‘orquestrada’ por Casagrande, que decidiu por Bastos na presidência, compondo com três indicações advindas do governo cachoeirense. A escolha pelo vereador partiu de sua virtude de agregar. E mais do que isso: um recado de Casagrande quanto à quem é o titular de seu prestígio na sigla.

Nos bastidores, há duas afirmações sobre possíveis candidaturas para a Assembleia Legislativa no próximo ano, dentro deste cenário: a de Alexandre e a de Paulinho – a verdade é que os dois não arredam o pé.

Uma fonte me garantiu que o prefeito Victor Coelho (PSB) deixou claro para Miranda que tem um compromisso feito “olho a olho” com Alexandre e que, por isso, estaria impedido de apoiá-lo.

Penso, e como seria?: Paulinho tentaria a sorte sozinho, com o risco de ‘morrer abraçado’ com Bastos (em boa parte, buscarão os mesmos eleitores)? Decidiria por abrir mão da vontade de ser candidato para somar forças com Alexandre como este um dia fez por Casagrande? Irão decidir por apontamento de pesquisas?

A realidade é só uma: é essencial que Victor eleja um candidato seu no legislativo estadual, tanto para reforçar o apoio às demandas do município, como para oxigenar o seu capital político. Agora, caberá a ele optar entre a palavra dada e o afeto pelo velho e fiel escudeiro seu e de Glauber. Ou então, deixar a corda esticar para o lado de Casagrande.

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