Alegrostok

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on linkedin
Share on email

Foi no ano de 1980 em Alegre ES que o fato se deu. Estava eu, em minha cidade, num dia meio friento, quando fui a uma banca de revistas, peguei o jornal e vi que havia começado as inscrições do Festival de Música de Alegre.

Fiquei muito interessado, pois, nessa época, tinha em todo o estado e em estados vizinhos esse tipo de evento e nós, músicos, procurávamos participar de todos.

Tinha uma euforia danada porque era um meio de mostrar nosso trabalho; e o público ia, participava cantando, levando faixas, essas coisas de torcida organizada. Comecei a arrumar o dinheiro emprestado e logo fiz minha inscrição com 3 músicas autorais, como muitos outros músicos de Cachoeiro; e ficamos aguardando a classificação ou não. A tristeza me abateu: minhas músicas não haviam passado.

Fazer o que? Pensei: paciência! O dia ia chegando e eu, simplesmente, iria aplaudir a que me interessava. Mas, aconteceu que a música de Reinaldo Faria Melo e José Aleixo foi classificada. “Meu Canto” era o meu passaporte pra entrar sem pagar. rssss. O Reinaldo estava estudando musicoterapia no Rio e calculei que não daria pra ele vir. Então, o que fiz?: me tornei o intérprete da música! Sabia a letra, a música, a introdução, enfim, tudo.

Pronto. Decidido. Vou pra Alegre, interpreto a música e ele ficaria sabendo depois, e tudo se resolveria.

Parti pra Alegre, me apresentei e fomos pro ensaio. Chamei o Carlos Macedo, e mais dois rapazes cuja música fora desclassificada. E começamos: nos sentamos ao lado do palco, na grama, pois era num campo de futebol.

Música pra lá, música pra cá e aí acontece o inesperado. Quem aparece, quem, quem? Reinaldo Farias Melo (primeiro lugar em musicoterapia) e Dante Soares (segundo lugar em musicoterapia). Eu estava bem acompanhado, não?

Então, conversamos sobre a música, o festival e tudo que já havíamos feito antes da chegada deles.

Começa o festival, gente saindo pelo ladrão, pessoas estáticas, músicos pulando, soltando a voz, dando o seu melhor. Resumo: felicidade pelos quatro cantos do estádio de futebol.

Passamos pra fase final em que seriam escolhidos os 3 vencedores. Apresentei-me com toda a verve que um músico pode se mostrar. Quando terminou a música, sinto que tinha esquecido uma parte! Os músicos estando na parte detrás do palco, daí eu me voltei para o Dante e pedi-lhe desculpas porque tinha esquecido parte da letra e pro Reinaldo, pedindo-lhe que não parasse de solar – recomecei a cantar finalizando com o refrão:

“Grito de paz

solto no ar

eu sei que sou”

E o público continuou a cantar por mais de 5 min. Saímos e, segundos depois, o amigo e jurado no dia, Luiz Trevisan, disse-me que eu ganhei o 3º lugar. Logo que foram anunciados os

classificados… fiquei em segundo. O Grupo Janela Aberta em 3º e o Grupo Paiol em 1º. Ai foi só comemoração. Pulei de peito na grama do campo, pois, no dia anterior, havia chovido! Nos reunimos no campo da Caufes, tocamos violão até o amanhecer e a amizade conquistada perdura até hoje.

Grupo Paiol: Himero, Bona, Fabinho e Paulo

Grupo Janela Aberta: Zé Olavo entre outros.

Depois, tiveram mais 5 edições, quando aconteceu o ‘Boomm’ que fez com que o grande festival de Alegre se transformasse em empresa multiprofissional… acabando com o brilho dos primeiros!

Triste sina da “tenicologia”. Esta foi uma de tantas histórias que participei.

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on linkedin
Share on email

Leia a revista Fomento

Leia a revista Fomento

Notícias Recentes

VIII Seminário de Patrimônio Imaterial de Cachoeiro será realizado em dezembro

No dia 7 de dezembro (sábado), a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult) de