Reforma trabalhista que enganou os empresários

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Fabiano Herkenhoff

A reforma trabalhista foi um golpe muito mal elaborado para atingir, de forma maligna, todos trabalhadores e IMENSA MAIORIA dos empresários.

Não se espante, empresário, pois é isso mesmo: você provavelmente foi ludibriado.

Seria necessário um livro, mas acabou virando um texto grande numa tentativa de criar uma explicação sucinta.

Só um empresário sem informação poderia aplaudir da mesma forma uma reforma que os gigantes estão comemorando e pedem há anos. Acorde! Vocês são concorrentes! E o empregado não é seu inimigo, mas quem te ajuda a ganhar dinheiro!

Os grandes pontos não foram tocados, pois interessam aos grandes: na reforma trabalhista não mexeram na perversa unicidade sindical.

Vou explicar para os empresários, porque o povo já está vendido mesmo.

Notem que quase tudo que apontavam como novidade para o empresário de uma forma geral na reforma trabalhista já existia. Só para você ter uma ideia, hoje já é possível contratação temporária por período de até 2 anos e nem o relator sabia disso. Foi preciso que alguns grandes juristas da área explicassem isso a ele.

Essa reforma não foi feita com qualquer discussão e planejamento prévio, pois um estudo desses levaria alguns anos, e, não, alguns meses. Para variar, o Brasil está optando por pouco planejamento prévio e muito tempo amargando correções de planos. Aliás, é por isso que aqui fazemos o projeto de um estádio em alguns dias e levamos anos construindo fazendo aditivos fraudulentos nos contratos de licitações.

O grande mal da reforma trabalhista é manter a unicidade sindical porque estão dando mais poderes ao sindicato de decidir sobre a vida dos trabalhadores. Trabalhadores bem representados fogem de sindicatos ruins e encontram sempre a melhor solução para eles e seus patrões, mesmo que haja um aparente conflito.

Hoje já acontece e vai piorar ainda mais a situação em que algumas empresas conseguem contratos coletivos melhores que seus concorrentes, possivelmente à custa de investimentos que os menores não podem fazer (contratação de grandes escritórios de advocacia, gestão de passivo trabalhista, etc.). E note que nem falei em propinas!

A lei trabalhista é que impedia a distorção ainda maior, mas isso vai acabar quando passar a prevalecer o negociado contra o legislado, ou seja, quem já tem melhores condições de negociar (as multinacionais e as gigantes do setor) poderão obter condições tão melhores que seus preços serão inalcançáveis pela concorrência.

Sim, R$ 0,10 centavos fazem diferença. É uma questão de tempo para o menor quebrar.

Em qual supermercado você compra se o valor final pode ser 10% menor e ele consegue abrir 24 horas e o concorrente não? Isso vale para tudo, em todos os setores!

Com multiplicidade sindical a situação muda, pois você, empresário pequeno, teria sindicatos disputando trabalhadores (estes atrás de quem os representasse de verdade), ou seja, não haveria necessidade de grandes investimentos para negociar e, em geral, os representantes seriam menos susceptíveis a propinas, além de saberem que quanto mais empresas, mais empregados. Os sindicatos se tornariam parceiros da produção, ao invés de simples parasitas.

É fácil notar que a grande maioria do empresariado, principalmente nas cidades do interior, cria vínculos com seus empregados e há enorme interdependência. Um funcionário doente pode acabar com a produtividade da empresa naqueles dias de afastamento. Normalmente a relação empregado-patrão é pessoal, todos se conhecem pelo nome, sabem onde moram, conhecem os familiares. Esta é a nossa realidade. Pouco do que a reforma trouxe se aplicará entre nós, pobres mortais.

Só nas multinacionais e empresas gigantes é que o empregado sequer conhece exatamente seu patrão, eventualmente conhecendo seu chefe. E a reforma veio beneficiar, na grande maioria, somente essas relações impessoais.

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