Será na Casa dos Braga, neste sábado (28), às 10h, que a escritora Simone Lacerda lançará a primeira obra de sua carreira literária, “Arame Farpado”.
Fruto de projeto contemplado em edital pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em 2016, a publicação foi editada pela Cachoeiro Cult. O evento tem entrada gratuita e inclui, também, música ao vivo com Samir Carim.
Ao longo de suas 100 páginas, o livro – que custará R$ 25 – reúne 38 crônicas da autora estreante, fluminense de São Gonçalo (município da região metropolitana do Rio de Janeiro) que se considera cachoeirense de coração desde 1992, ano em que se mudou para Cachoeiro de Itapemirim e, então, o adotou como sua “terra natal”.
Formada e graduada em Letras-Literatura, Simone dá aulas há 13 anos e, a partir de 2011, passa a publicar seus textos – guardados por muito tempo – no blog “Cheiros, ensaios e poesia” (www.cheirosensaiosepoesia.
Há três anos, escreve semanalmente para o jornal Espírito Santo de Fato e colabora, também, para a revista Cachoeiro Cult. Em âmbito estadual, participa de concursos literários e seleções para revistas e jornais, tendo textos publicados nestes elementos de mídia.
Em entrevista, dentre outros assuntos, a autora fala da importância de lançar seu livro no imóvel em que viveram os irmãos Rubem e Newton Braga, relaciona as atuais influências de sua escrita e explica, ainda, os temas abordados em suas crônicas. Confira:
Para você, nascida no Rio de Janeiro, o que representa lançar sua obra solo de estreia na terra que te acolheu? Aliás, o que significa, para ti, promover teu lançamento na Casa dos Braga? Qual simbolismo há, portanto, em tudo isso?
Cachoeiro é a cidade que escolhi e me acolheu com muito amor. É aqui que construí a maioria das minhas referências identitárias e de arte também. Lançar minha primeira obra aqui é encharcar minha alma de poesia e alegria. Cachoeiro é referência nas artes, com ares poéticos, haja vista seus filhos ilustres. E lançar meu livro no ambiente dos Braga trará os ares prosaicos e poéticos de Newton e Rubem para perto de mim e de quem compartilhar comigo deste momento. Não haveria outro espaço mais bonito e literário do que este. Sinto-me abençoada por isso, é um reencontro com aqueles que são minhas referências de alma poética.
Falando em referências, Simone, quais são tuas outras escolas literárias locais, além de Newton e Rubem?
Estamos vivendo uma safra de bons escritores, principalmente mulheres. Lina Fregonassi, de escrita sincera, que também lançou, neste ano, seu livro de estreia, “Fragmentos e Avessos”. Cláudia Sabadini, Célia Ferreira, Paula Garruth, Milena Paixão… E homens, na atualidade, gosto do despojamento literário do Felipe Bezerra, da escrita detalhada do Marcelo Grillo. E tem mais.
Sobre quais assuntos versam teus textos?
Os textos tratam de reflexões sobre a vida contemporânea e sobre este indivíduo que habita este cenário. Trata, ainda, do empoderamento do sujeito por meio da palavra e do conhecimento, enfatizando minhas experiências e minhas emoções. Os textos trazem os cortes e inflamações à tona, sem perder a esperança de um dia melhor.
E por que “Arame Farpado”?
É o título de uma das crônicas, em que abordo a falta de enquadramento nos sistemas sociais, principalmente do artista. Mas, do sujeito, diante de tantos dilemas, nos quais há cortes, cicatrizes, arames farpados.
—
Agendamento de eventos na Casa dos Braga
A Casa dos Braga está de portas abertas para receber eventos culturais. Artistas e produtores interessados em usar a área externa do imóvel para atividades como saraus e apresentações musicais e de dança devem fazer agendamento pelo (28) 3155-5272.