Os números apresentados pela pesquisa de intenção de votos do Ibope para as eleições presidenciais de 2018 apontam o ex-presidente da República, Lula (PT), como o próximo presidente, ou, em caso dele não ser candidato, o principal agente político a decidir o pleito através do pedido de voto.
Claro que a abordagem se refere exclusivamente ao período em que foi realizada; sem contar que a pesquisa não oferece transparência absoluta nos cenários por não ter também aferido as rejeições dos nomes postos – item que delimita o teto de crescimento.
Na espontânea, os números mostram a liderança política do ex-presidente, sustentada pelo legado aprovado pela maioria dos entrevistados; politicamente, evidencia a resistência dessa liderança diante de toda ordem de denúncias contra ele.
Nos cenários criados (estimulada), é possível identificar quatro pontos importantes, que orbitam em Lula. Sem ele na disputa, Marina (Rede) cresce e empata com o deputado Bolsonaro. O que significa que ela herda parcela significativa dos votos do petista. Com isso, este fator pautaria a sua campanha; ou seja, para vencer, teria que se readaptar como ‘fruto’ da ‘linha lulista’.
Outro ponto, também sem o Lula, a pesquisa mostra a diluição de outra parcela dos votos de Lula aos presidenciáveis de esquerda, tais como Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) e outros. Pulverização que deixaria de existir a partir do direcionamento de um Lula na posição de cabo eleitoral.
A terceira observação é o crescimento no número de indecisos e votos nulos. Sem dúvida, considerando que em todos os cenários a percentagem de Bolsonaro se mantém, isso quer dizer que boa parte dos eleitores de Lula prefere pensar melhor ou desperdiçar o direito de escolha ao invés de ter Marina como voto útil. Realidade que também se encaminha com o petista atuando como cabo eleitoral.
A quarta linha é a força de transferência de votos de Lula, semelhante a que teve ao conseguir eleger Dilma Rousseff (PT) – uma desconhecida do eleitorado que concorreu com o que a direita tinha de melhor a oferecer. O Ibope, nesta pesquisa incompleta, destaca a força do petista – sendo candidato ou não -, e, indiretamente, o fracasso daqueles que o ‘guerreiam’ ou não comprovaram ainda as acusações feitas.
Como já dito, considero, no mínimo, curioso o fato de o levantamento feito pelo Ibope não ter apurado as rejeições. Caso Lula seja rejeitado por 50% do eleitorado, por exemplo, toda essa força descrita aqui é reduzida abruptamente; da mesma forma como o Bolsonaro pode ter chegado ao teto, ansiando uma queda camicaze. Talvez, a encomenda só tenha servido mesmo para apresentar o Luciano Hulk como novidade para a condução política do Brasil.
Em tempo:
Seguem as explicações da pesquisa do Ibope, conforme o site G1:
“O Ibope ouviu 2.002 pessoas, em 143 municípios, nos dias 18 e 22 de outubro de 2017. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O nível de confiança da pesquisa divulgada nesta segunda-feira, segundo o Ibope, é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos percentuais, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.
De acordo com o instituto de pesquisa, as perguntas nas quais a soma das porcentagens não totalizam 100% são decorrentes de arredondamentos ou de múltiplas respostas.”.
- A pesquisa pode ser vista aqui