Histórias do bar do Jonas

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Artigo de Hélio Sampaio

No ano de 2000, com Cachoeiro numa temperatura infernal na qual ninguém aguenta ficar na cidade no verão, apenas quem era obrigado.

Nessa época, eu passava o verão em Piúma, precisamente no bar do Jonas, que tinha música ao vivo todas as noites com músicos do local e da região. Lá, de vez em quando, vinham músicos de fora do estado, pois era verão e, nessa época do ano, isso se aceitava para não sobrecarregar os músicos que cantavam todo o ano no bar.

O palco era grande e cabia uma banda de até uns 5 integrantes, mas, a maioria só se apresentava com violão e garganta. Eu, que nunca era chamado pra tocar, dava uma canjinha nas noites para os músicos irem ao banheiro ou “molhar a garganta”. Cantava 2 ou 3 músicas, dependendo da aceitação do público e sempre extrapolava, pois a plateia sempre pedia mais e assim íamos vivendo.

A música ao vivo terminava e a eletrônica tomava conta, com músicas de boa qualidade. Depois, ficávamos bebericando e conversando sobre música, lógico, e o Jonas adorava aquele bate papo madrigal.

Depois que o verão acabava, era feito um show de confraternização com todos os artistas que já apresentaram durante a temporada e, assim, era uma festança em que cada músico subia no palco e tocava 3 músicas que era para dar condições de outros músicos se apresentassem e todos mostrarem seus trabalhos.

O dia da festança tinha chegado e a hora ainda estava por vir. Chegando bar, a porta de entrada estava cercada por mesas, cadeiras e só uma beirinha para a entrada dos convidados e acompanhantes.

Lá dentro estava lindo. As mesas decoradas com toalhas coloridas, jarras com flores naturais, filtro dos sonhos espalhados pelo teto e tudo se harmonizando com o ambiente dando mais beleza natural ao local. Cheguei no balcão e falei:

– Jonas, me vende um “litrão”? (cachaça)

– Hoje você não paga nada.

– Opa, manda logo, antes que você mude de ideia.

Foi lá dentro e buscou a “melindrosa”.

No balcão, pelo lado de fora, tinha 3 caixas de isopor fechadas e perguntei ao Jonas o que tinha dentro e ele logo me respondeu que era cerveja em lata.

– Posso pegar uma?

– Hoje você não paga nada!

Então, peguei a cerveja e o “litrão” e fui saindo, atravessando a rua, e indo para o quiosque do Rudney, que fica em frente e fui recebido pelo funcionário do quiosque. Logo entrei no estabelecimento e me encaminhei pro balcão, onde me assentei, colocando a aguardente no freezer na minha frente, ficando de costas pra rua.

Pelo lado de fora um freguês assentou-se à mesa, pedindo uma cerveja e logo começou a se lamentar dizendo que trabalhou naquela tarde/noite de garçom e que um freguês amigo tinha ocupado uma mesa com a família, comido e bebido e, ainda, lhe pedindo para pendurar a conta. E, como se não bastasse, pediu ao garçom um dinheiro emprestado. A choramingação perdurou por muito tempo, quando no bar do Jonas começou o som a ser testado:

– Alô, alô. Um, dois, três, experiência. Alô alô… e assim por diante. Eu disse que ia entrar. Logo me despedi do funcionário e fui em direção ao bar. Entrei, cumprimentei a todos os amigos músicos e convidados, bebi e, depois de ter começado, fui anunciado e toquei todas que pediram. Foi um sucesso total a festa de confraternização no Bar do Jonas.

Mas, foi só isso? Nada. No outro dia, toquei sabendo que o cara que estava se lamentando no quiosque do Rudney resolveu ir na festa e a Keila, irmã da Kedma, que é esposa do Jonas, que estava na porta, disse que só entravam convidados e ele disse:

– Se aquele pé de cana entrou, eu também posso. E arriscou. Foi quando ele deu três passos prá dentro e quatro prá fora. A Keila interpelou-o dizendo:

– Onde você pensa que vai? Aqui só entra convidados.

– Mas, aquele pé de cana entrou – apontando para mim.

– Se aquele “pé de cana” pedir pra desligar o som, vai todo mundo embora. Acaba a festa!

Bem, eu num sabia de nada. Se eu estivesse bebendo e ficasse sabendo na hora do acontecido, o que aconteceria????????

-“Pé de cana”. Tá!

Deixa prá lá.

ahahahahahahAHAHAHAHAHAH

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