Ao afirmar que não irá se desincompatibilizar do cargo de governador (prazo é o próximo dia 7), Paulo Hartung (MDB) descarta quaisquer tentativas de disputa eleitoral no cenário nacional, como também era cogitado, e coloca a sua reeleição como única opção – caso decida concorrer ao pleito deste ano.
À imprensa nacional, o governador, como lhe é característico, não sinalizou à exatidão o seu plano e para pôr mais liga na articulação para agregar partidos ao seu projeto disse que poderá escolher um nome de seu grupo para substituí-lo.
Porém, quem acompanhou o período que o emedebista ficou sem ocupar cargo eletivo, logo após a eleição de Renato Casagrande (PSB) ao governo em 2010, pode imaginar que ele não pretende repetir o feito. No campo dos ‘comuns’ – sem a ‘armadura’ jurídica e a hierarquia litúrgica que o mandato garante -, Hartung sofreu toda sorte de ataques da oposição e de aliados de outrora.
Por conta disso, e não somente, o governador abre as portas para alianças, mas poucos adentram ao cômodo para sentar à mesa de sua plena confiança.
Já considerando um possível embate com Casagrande – única liderança estadual, até o momento, que lhe pode fazer frente -, Hartung sabe que dentre os seus poucos confiáveis não há um nome que garanta vitória. E, podendo ir ao confronto, não delegará.
A estratégia agora fica na escolha de um vice que agrega votos onde as pesquisas apontam fragilidade. E este ponto já fora estudado pelos palacianos, inclusive com uma prévia de quem seria o mais indicado.
Cinco foram os nomes cogitados, sendo estes divididos em dois grupos, a partir de situações distintas. Caso as pesquisas apontassem um cenário de extrema vantagem, semelhante a 2006, quando ele foi reeleito com 77,27% dos votos, poderiam compor a chapa o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (PRB); o deputado e líder do governo na Ales, Rodrigo Coelho (PDT) e o secretário-chefe da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior, o Zé Carlinhos.
Mas, houve descarte das opções acima, uma vez que a diferença entre 2006 e 2018 não é apenas temporal. A outra situação visa o fortalecimento na Grande Vitória, com os nomes do deputado estadual Amaro Neto (SD) e do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT).
Na avaliação palaciana, segundo fontes, não é válido sacrificar a pré-candidatura ao Senado de Amaro, vista com grande potencial de vitória. Em sendo assim, sobressai o nome de Vidigal.