Com vergonha de andar pelas comunidades do interior de Cachoeiro de Itapemirim – seu reduto eleitoral -, devido a uma avalanche de reclamações por falta de assistência do poder público, o vereador Silvinho Coelho (PRP) confessou estar arrependido de ter aprovado o projeto da reforma administrativa, que incluía no pacote a junção das Secretarias de Interior e Agricultura.
O lamento foi feito durante a sessão ordinária da Câmara Municipal na terça (17). Ele revelou que houve reunião na sede do Sindicato Rural, com a presença de alguns vereadores, para haver o consenso em torno da fusão das pastas.
“Vejo que demos um ‘tiro no pé’. Tenho evitado ir a eventos nas comunidades, pois só ouço críticas por conta da insatisfação dos moradores do interior”, disse Silvinho, que teve o discurso reforçado pelo edil Alexandre de Itaoca (DEM).
A vereadora Renata Fiório (PSD) tentou amenizar o sugerido arrependimento coletivo, alegando que os integrantes da Casa de Leis acreditaram na proposta do prefeito Victor Coelho (PSB) de enxugar a máquina e dar mais eficiência aos serviços em benefício ao homem do campo.
“O secretário Robertson Valadão informou a elaboração de projeto para contratar empresa para prover melhorias nas estradas vicinais; porém o governo deu as costas para este intuito”, acusou. As vias do interior somam cerca de 700 quilômetros.
A reforma administrativa foi aprovada em novembro de 2017 pela Câmara Municipal. O projeto de lei causou muita polêmica no município e, por isso, passou por mudanças – principalmente, por conta do aumento salarial e gratificação propostos aos secretários.
Sobre as críticas feitas pelos edis na última terça-feira, a administração municipal preferiu não se manifestar. Entre os vereadores, houve a sugestão de convidar o secretário da pasta de Interior para falar a respeito do assunto.