O dragão invisível

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Um dia desses vi a entrevista de um sujeito que nasceu brasileiro e hoje mora nos EUA como naturalizado. Ele já passava dos 60 anos quando pediu ao governo americano para morrer como “gringo”.

Mostrou ao repórter, feliz da vida, como passou a ganhar muito dinheiro e disse que ninguém enriquece sem muito trabalho, o que sempre fez lá e por aqui também.

Contou que lá ele mata um dragão por dia, mas o animal é visível e todos sabem com o que estão lidando. As pessoas honestas podem ser assim porque não serão surpreendidas.

Em suas reflexões ele apontou que, no Brasil, há um dragão invisível, que é impossível de ser derrotado justamente porque não sabemos exatamente com o que lidamos.

E esse animal é, em resumo, a máquina estatal (Judiciário, Legislativo e Executivo, Tribunais de Contas e MP), que retira a segurança jurídica em todos os sentidos e não lhe oferece o mínimo, muitas vezes arrancando do cidadão honesto as oportunidades.

São de tal modo prejudiciais à população que vão minando o ambiente de negócios, tornando todos inconfiáveis e, na maioria das vezes, merecidamente. Uma bola de neve que afasta investimentos bons e atrai apenas os vorazes especuladores. Um círculo vicioso que premia, por enquanto, os desonestos.

Aqui ele se sentia dando murros ao vento e batendo em quem, no fim, não merecia (pobres, seus funcionários, aposentados, etc.), nem mudaria sua realidade. Nem com todo dinheiro que ganhasse aqui ele conseguiria viver sem sobressaltos. Afirmou que o rico, no Brasil, tem baixa qualidade de vida.

É justamente isso que o governo faz conosco: coloca uns contra os outros! Empresários contra empregados, aposentados contra desempregados ou trabalhadores ativos, os de direita contra os de esquerda como se nós estivéssemos querendo um país realmente cada vez pior.

Quando dois brigam, ganha evidentemente um terceiro, sendo normalmente multinacionais e empresários que ganham dinheiro no Brasil, mas moram no exterior.

Essa estrutura é nefasta e está nos conduzindo para o buraco do descrédito internacional, não sendo gratuitamente que nossas exportações sofrem permanentes bombardeios. Produtos como carnes, aço, sapatos e outros tantos com boicotes, gerando queda na balança comercial e, consequentemente, empobrecimento aqui.

Nos EUA o preço da gasolina de alta qualidade abaixou em dólar (algo em torno de R$ 2,20 o litro) e nós aqui com a gasolina batizada no dobro disso.

Se não podemos imediatamente consertar os Poderes, devemos, pelo menos, enfraquecer o monstro, cada um ao seu modo, mas sempre evitando agredir quem não é nosso inimigo, já que o nosso verdadeiro dragão são os governantes.

Afundar nosso vizinho na lama não nos tira do pântano e não mata o enorme lagarto que nos assombra!

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