A população cachoeirense sabe administrar muito bem um ‘não’ justificado de um mandatário do que a sua ausência nas comunidades. O primeiro ato produz, até mesmo, defensores da referida explicação técnica e/ou orçamentária; já o segundo, implica na proliferação do discurso do abandono.
E neste mês de agosto, o prefeito Victor Coelho (PSB) intensificou a visita nos bairros e distritos, acompanhado de secretários e vereadores, disposto a ouvir eventuais críticas e, principalmente, para colher as demandas prioritárias.
Há quem diga que a menor estada de Victor no palácio tenha reflexos nesta dinâmica exercida por seu vice Jonas Nogueira (PP) quando esteve à frente do governo, interinamente, por 11 dias em fevereiro deste ano. De qualquer forma, o titular, neste quesito, segue a representação que esperam dele – até porque, a ausência era comentada.
Caminhando pelas comunidades, avaliando os apontamentos dos moradores sobre as avarias que prejudicam o cotidiano, reafirmando seu compromisso e informando datas da resolução dos problemas, Coelho, indiretamente, rega a manutenção de seu eleitorado, com chances também de recuperar o percentual que perdeu. Com o contato direto, o cidadão retoma para si a imagem do político em quem votou.
Adepto das redes sociais para reforçar a divulgação das ações do governo, o prefeito parece ter reduzido os ‘embates’ que promovia a partir do recebimento de comentários mais ácidos. No campo virtual, a letra fria, dissociada da expressão facial, está naturalmente fadada a má interpretação. Além disso, também é comum encontrar a fúria daqueles que se sentem desassistidos. Afinal, o socialista está diante de uma expectativa ‘nata’ de 60 mil eleitores e de urgências de mais de 200 mil habitantes. O ideal seria a sua assessoria se responsabilizar quanto ao papel das respostas.
O programa de investimentos 2018 e 2019, no valor de R$ 55 milhões, é o carro-chefe do atual governo para aplicar intervenções em diversas áreas; além de retomar obras paralisadas. Isso, com recursos inerentes à receita, a medidas de renegociação de dívidas, entre outras. Há também os R$ 150 milhões do empréstimo, cuja liberação está em análise na Secretaria do Tesouro Nacional.
Ao que parece, a administração já adaptou boa parte da estrutura a seu modo. Algumas obras estão entregues; outras em curso e também planilhadas. Isso pode ser um indicativo positivo para 2019 – ano crucial para os prefeitos que almejam a reeleição.