“A gente só quer trabalhar”, dizem donos de bar em Cachoeiro

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Desde março sem poder abrir as portas (para atendimento presencial) e já proibidos até o fim deste mês. Esta é a realidade dos donos de bares de todo o Espírito Santo por força das medidas restritivas de distanciamento social em razão da pandemia do coronavírus.

Em Cachoeiro de Itapemirim, o Em Off Notícias ouviu alguns desses empresários, que relatam dificuldades financeiras e discordâncias, tanto com a imposição que os prejudica em detrimento de outras atividades econômicas, quanto com a real eficácia no combate ao contágio da doença.

O decreto que proíbe o atendimento presencial nos bares é do governo do Estado. A prefeitura, por sua vez, age por extensão do ato estadual. A única flexibilização que existe é a comercialização de bebidas e alimentos na modalidade delivery. O maior afrouxamento é para os serviços essenciais.

“O que é serviço essencial? Essencial pra mim é poder ter meu comércio aberto funcionando, de forma a atender todos os respectivos protocolos de saúde e poder levar o sustento não só pra minha família, mais para as outras 20 famílias que dependem dos meus estabelecimentos funcionando”, disse Bruno Paier, proprietário dos Quiosques da Brahma e do EgyptPub.

“Essencial, pra mim, é que tenhamos respeito e o mínimo de dignidade para podermos trabalhar. Gostaria de saber qual estudo, qual base foi usada para nos taxar como maior provedor de Covid-19? O que me parece claro é a total falta de empatia com nós comerciantes, porque somos como outro qualquer, que trabalha com vestuário, supermercado, farmácias… Entristece-me saber que muitos de nós não conseguiremos nos reerguer, não por fracassarmos e sim por nos tirar um direito de trabalhar e levar o pão de cada dia pra casa”, complementou.

Ele acredita que é preciso haver plano de ação para a abertura gradativa dos bares. “Minha indagação ao governo do Estado e prefeitura é qual o motivo de nós, donos de bares e restaurantes, não podermos trabalhar e vender nossos produtos, como bebida alcoólica, sendo que nos supermercados e padarias a venda é permitida. Acho que está faltando consenso nesses decretos. Todos precisam trabalhar, inclusive nós que temos nossas contas que vencem todos os meses”, disse Vinícius Gomes, dono do Espetinho no Ponto.

Mercadorias vencendo

O empresário Gleidson Neves, do bar do Neno, também avalia que o fechamento dos bares faz grandes supermercados ganharem mais. “As mercadorias estão vencendo, as contas chegando e todos à mercê. Acredito que o governo pode e deveria olhar por nós. Mesmo com as restrições, conseguimos trabalhar melhor que muitos lugares que estão gerando aglomeração no dia a dia”.

A Aline Marceli, dona do bar Du Careca, afirma que o governo deveria pensar em todos os comerciantes. “Pois, deu possibilidade a outros de trabalhar. Para nós, donos de bar, tirou tudo. Temos que ficar totalmente fechados. Como vamos comer, sustentar nossos filhos, pagar aluguel? Precisamos que os governantes olhem para nós com um pouco mais de atenção e nos ajude. Só queremos trabalhar e cuidar de nossas vidas”.

“Eu penso que o governo fechou os bares e de nada está adiantando, porque a taxa de pessoas infectadas só está aumentando. Você passa no centro da cidade está lotado, ninguém está respeitando e o governo está achando que os bares fechados vão mudar a epidemia”, falou Lu, do bar Universidade.

 

Pandemia

Já em relação à crise pandêmica na saúde, que resultou em decreto de calamidade pública, Cachoeiro permanece na classificação de nível alto no Mapa de Gestão de Risco, do governo do Estado.

A primeira morte por Covid-19 foi registrada no dia 28 de abril. De lá pra cá, há 71 óbitos, 1872 casos confirmados e 1061 curados.

 

“Bares estimulam a convivência e aglomeração”, afirma Estado

Diante da demanda dos donos de bares, o Em Off Notícias fez contato com a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos, que cuida do assunto. A informação é de que as medidas restritivas só serão revistas caso haja melhora nos dados apresentados pelo Mapa de Gestão de Risco. Segue a íntegra da nota abaixo:

“O Governo do Estado informa que a abertura de bares está suspensa, pois são espaços que estimulam a convivência e aglomeração de pessoas. Todavia, o segmento pode comercializar bebidas e alimentos na modalidade delivery, sem restrições de dia e horário.

Vale destacar que essas medidas podem ser revistas, caso haja melhora nos dados apresentados pelo Mapa de Gestão de Risco, o qual leva em consideração fatores como interação social, avanço do contágio e ocupação de leitos no estado”.

 

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