Eleição virtual, sem a liberação de vídeo e com áudio vazado suspeito. Esse é um dos motivos que o pleito para o Conselho Municipal de Política Cultural de Cachoeiro de Itapemirim, realizado no dia 28 de agosto deste ano, tem gerado indignação junto aos grupos de folclore do município, também conhecidos como patrimônio imaterial. Por fim, foi eleita para a vaga da Cultura Popular uma servidora da própria Secretaria Municipal de Cultura.
A Associação de Folclore local realizou reunião com 25 integrantes de grupos na manhã deste sábado (25) no Centro Cultural Mestre Salatiel/Casa do Capoeira. No encontro, os associados decidiram por pedir a impugnação da eleição por também considerar imoral a participação de servidora da pasta de Cultura, que, segundo eles, não tem vínculo com nenhum grupo da Cultura Popular.
Minutos antes da eleição virtual, a organização enviou mensagem aos interessados – via aplicativo de celular – afirmando o seguinte, em um trecho: “Não é necessário que cada inscrito tenha login individual; uma mesma janela poderá ser usada por mais de um participante, desde que no momento de sua manifestação se identifique em áudio e vídeo”. O vídeo não foi liberado.
Os participantes afirmaram que no decorrer do evento eleitoral vazou áudio de uma pessoa pedindo para outra votar em determinado candidato com identificação falsa. Integrantes da associação reivindicaram, no momento, o cancelamento do pleito, mas sem sucesso. Na reunião deste sábado, também foi decidida a solicitação de toda a gravação.
Além disso, é consenso entre os grupos folclóricos que a eleição deveria ser presencial, tanto pela quantidade de pessoas aptas ao voto, quanto pela baixa adesão à internet por razões estruturais e socioeconômicas.
A reportagem fez contato com servidores da Secretaria de Comunicação e obteve a informação de que o posicionamento da prefeitura sobre o assunto será enviado na segunda-feira (27).