As lideranças comunitárias de Cachoeiro de Itapemirim estão preocupadas com a redução no número de médicos que atendem na Estratégia Saúde da Família (ESF). Assim que oficializado o rompimento entre Cuba e Brasil, no programa Mais Médicos, o município terá impacto de 23 profissionais a menos.
“Um tema que de fato traz uma grande preocupação, já começamos a abordar dentro da equipe da Fammopoci. Queremos uma agenda com a secretária de Saúde, Luciara Botelho, e conhecer as ações do governo no sentido de cobrir essas vagas”, disse o presidente da Federação das Associações de Moradores e Movimentos Populares local, Ronaldo Xavier.
O governo de Cuba justificou a decisão de deixar o programa Mais Médicos após declarações “ameaçadoras” do presidente eleito no Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). Este quer que os médicos estrangeiros e/ou brasileiros formados fora do país se submetam ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira, o Revalida. Fora do Mais Médicos, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira sem a aprovação.
“Não só as unidades da área urbana; o interior também possui médicos cubanos e as comunidades não podem ficar desassistidas. Imagino que remanejar não será suficiente. A contratação deverá ser de urgência. Mas, fica a pergunta: qual o salário que o município vai ofertar a esses novos médicos? Vamos acompanhar de perto as ações do governo municipal para não deixar as famílias sem atendimento”, falou Ronaldo. A prefeitura informou que não foi comunicada oficialmente sobre a saída dos cubanos.