Barbárie política é fruto da ausência popular

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As palestras aconteceram no teatro Rubem Braga, em Cachoeiro, na quinta (30)

Existem afirmações quando ouvimos algumas pessoas falarem sobre política que não dá para entender a falta de percepção mínima da confissão indireta de apoio ao caos. Destaco somente um clichê: “Político só aparece de quatro em quatro anos”.

 

Para sair deste rimbombo de espuma e sal que molha somente o calcanhar, vamos a fundo nesta declaração de abandono salpicada de vitimização. No minuto após a apuração dos votos ou da posse do político eleito, ele é ou não deixado de lado pelo eleitor por quatro anos?

 

Há os que preferem transferir esta culpa, fica melhor para a manutenção do cenário de mocinho e bandido desta novela mexicana.

 

Enquanto vivemos em uma democracia participativa, onde o cidadão deve acompanhar, fiscalizar e cobrar ações e posicionamentos do agente público, muitos preferem a acomodação de delegar ao político eleito a missão de fazer tudo aquilo que lhe faz bem. Nisso, como se o político soubesse a fundo o que é o melhor para esta pessoa, como se o bem à coletividade estivesse em grau de prioridade inferior ao particular e como se não houvesse políticos focados nos próprios interesses.

 

“Por isso, não gosto de política. Só tem pilantra!”. Na verdade, pelo menos no Brasil, onde não há fiscalização há crime. Um breve exemplo: bastou a notícia de que a Polícia Militar não iria às ruas para que os comerciantes se tornassem vítimas de uma parcela da própria população, a mesma que é vilipendiada pela classe política.

 

Ora, se apenas delego a alguém a construção ou remoção de obstáculos no caminho da vida da população, sem ter conhecimento se a edificação de muros trará benefícios financeiros de origem duvidosa ao político, chega a ser constrangedor pensar em justificar a omissão.

 

O juiz Robson Louzada e promotor de Justiça, Wagner Eduardo Vasconcelos, palestraram sobre democracia, cidadania e Plano Diretor Municipal (PDM) na quinta-feira (30) no teatro Rubem Braga, durante a primeira reunião do conselho do PDM deste ano.

 

Sobre o paradoxo da não participação de parte da população na democracia participativa, Robson trouxe à tona a vergonha do povo alemão em falar sobre a época do nazismo. Claro que há o peso do crime contra a humanidade, mas o principal motivo do silêncio é por causa da ausência da população na democracia alemã da época.

 

Como bem lembrou o juiz, Adolf Hitler entrou no poder por vias legais; a tomada do poder foi à revelia da fiscalização popular. Será que estamos construindo a nossa vergonha em silêncio e através da falsa valentia virtual?

 

Crédito da foto: Rodolpho Verediano

 

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