O candidato à presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), teve a preferência de quase 50 milhões de eleitores brasileiros. Sem dúvida, uma votação expressiva que, inclusive, deixa-o novamente como favorito para governar o Brasil nos próximos quatro anos.
Mas, os poucos milhões de sufrágios que faltaram para a vitória imediata, hipoteticamente, podem ter ligação com a escolha do vice – fato que, considerando as articulações ainda antes do registro da candidatura, traz reflexão interessante.
Lá trás, o político mais cotado para ser o parceiro de chapa de Bolsonaro foi o senador Magno Malta (PR). Este explorou bastante a possibilidade, com divulgação de vídeos ao lado de Jair no qual este confirmava o desejo. Ao final, a recusa do senador evangélico fez bem ao presidenciável, uma vez que Malta perdeu as eleições, interrompendo sua carreira política meteórica e vitoriosa.
Depois, o alvo se tornou a advogada Janaina Paschoal, que foi a pivô do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O PSL tentou de tudo para tê-la na chapa, porém, em plena convenção do partido ela manteve-se calada diante do convite.
Tornando-se a deputada estadual mais votada da história ao conquistar mais de 2 milhões de votos em São Paulo, não há dúvida de que ela seria a melhor companhia. Claro que não há nenhuma garantia de que a aliança colaboraria com a vitória no primeiro turno, por isso o texto trata a questão hipoteticamente; ainda assim, não há também como negar a possibilidade.
O martelo foi batido pelo nome do militar Mourão (PSL). Diante dos outros dois citados, este é desconhecido no meio político; por isso, neutro para agregar votos.
Após o incidente contra Bolsonaro, o vice decidiu pelo protagonismo de levar a campanha adiante. E isso foi o bastante para gerar indignação ao próprio candidato, que, de dentro do hospital, teve que agir como bombeiro para apagar o incrível ‘fogo-amigo’ causado contra a campanha.
Não há como mensurar o impacto das declarações do vice diante dos votos que o titular tinha até o episódio. Mas, pela ‘bronca’ pública que Bolsonaro deu publicamente em Mourão (principalmente, na fala sobre o 13º), é de se imaginar que ele temeu pelo ‘estremecimento’ de seu capital eleitoral até aquele momento.