Despesas em queda e receitas em alta fizeram com que os municípios capixabas fechassem o ano de 2021 com as contas em dia e R$ 1,81 bilhão em caixa. Os dados são do anuário Finanças dos Municípios Capixabas, divulgado recentemente pela Aequus Consultoria, que avaliou 76 cidades com dados disponíveis nos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) e constatou que todas encerraram o exercício do ano passado com saldo positivo.
De acordo com Alberto Borges, economista e editor da publicação, a melhora da disponibilidade de caixa vem desde 2020 – que foi o último ano de mandato das prefeituras e, portanto, as administrações são proibidas de deixarem despesas sem cobertura financeira. Além disso, ele lembra que o repasse de verbas da União aos municípios para enfrentamento à Covid-19, a expansão do ICMS graças ao reajuste dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, e a contenção dos gastos com pessoal em razão da LC 173 também contribuíram.
“Com uma posição mais confortável herdada do ano anterior, os municípios capixabas viram suas receitas crescerem 4,8% em 2021, ao mesmo tempo em que reduziram as despesas em 3,4%, o que fez suas disponibilidades de caixa saltarem para mais de R$ 1,5 bilhão no exercício”, observou o economista.
Segundo os dados disponíveis na publicação, em valores absolutos, as maiores disponibilidades de caixa com recursos não vinculados foram observadas na capital Vitória (R$ 607,8 milhões), na Serra (R$ 238,9 milhões), em Aracruz (R$ 137,7 milhões), Vila Velha (R$ 92 milhões), Linhares (R$ 64,9 milhões), Cachoeiro de Itapemirim (R$ 53,3 milhões) e Colatina (R$ 53,3 milhões).
Incertezas
Alberto adianta que, até a data do fechamento do anuário, no final do último mês de junho, as receitas continuaram com uma boa performance, mas o cenário para 2023 está cercado de incertezas.
“Fatores como a continuidade da inflação, os efeitos negativos dos juros elevados sobre a atividade econômica, o desaquecimento dos Estados Unidos e de países da Europa em virtude da guerra na Ucrânia e o arrefecimento da economia brasileira requerem estimativas mais cautelosas para o ano que vem”.