O número de pessoas ocupadas que estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social manteve a trajetória de queda verificada desde que começou o processo de flexibilização. Esse contingente caiu para 8,3 milhões (10,1% dos ocupados) entre 28 de junho e 4 de julho, enquanto na semana anterior eram 10,3 milhões.
Já a população ocupada e não afastada do trabalho aumentou de 69,2 milhões para 71,0 milhões. Dentro desse grupo, 8,9 milhões (12,5%) trabalhavam remotamente, mantendo estabilidade em relação à semana anterior. Os dados são da PNAD COVID19 semanal, divulgada na sexta-feira (24) pelo IBGE.
“Enquanto a população ocupada e afastada por diversas causas, inclusive distanciamento social, diminuiu em cerca de 2,5 milhões de pessoas, os ocupados e não afastados aumentaram em 1,8 milhão, uma diferença de cerca de 700 mil”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, acrescentando que uma parte dos ocupados retornou ao trabalho e outra parcela foi para fora da força, ou seja, não voltou a trabalhar, nem procurou trabalho.
A taxa de desocupação na semana, de 12,3%, permaneceu estável frente à semana anterior. Já o número de pessoas desocupadas teve ligeira redução, de 12,4 milhões para 11,5 milhões. Ao mesmo tempo, a população fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho) subiu de 75,1 milhões para 76,8 milhões de pessoas. Desse grupo, 28,7 milhões (37,4%) disseram que gostariam de trabalhar, mais do que os 26,9 milhões (35,4%) da semana anterior.
“Essa queda no número de pessoas desocupadas está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho do que pela entrada na população ocupada. São pessoas que, naquela semana, não procuraram trabalho por algum motivo”, analisa Maria Lucia.
Cerca de 19,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho na semana por causa da pandemia ou porque não encontraram ocupação no local em que moravam. Esse contingente, que corresponde a 67,4% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar, foi maior do que na semana anterior, quando eram 17,8 milhões (66,2%).