Desde 2010 no Senado, após ter a sua pré-candidatura ao governo do Estado retirada bruscamente e de forma vertical, Ricardo Ferraço (PSDB) sai debaixo do guarda-chuva eleitoral do governador Paulo Hartung (PMDB) e vai às ruas para receber as bênçãos do prestígio religioso do colega congressista Magno Malta (PR).
A ruptura política com Hartung, com vistas às eleições majoritárias de 2018, já levou a família Ferraço ao campo de batalha. O pai Theodorico articula e fortalece a oposição na Assembleia Legislativa; se o faz é porque imagina ter a fórmula certa para vitaminar as pretensões políticas do filho.
O próprio Ricardo há tempo vem fazendo a transição de posicionamento em seus discursos. No episódio da ‘greve’ da Polícia Militar, por exemplo, destacou a falta de diálogo como o principal fator que desencadeou a crise na segurança, imputando este déficit na conta do governo.
A parceria com o senador Magno, cujo polo é oposto ao de Hartung, ocorreu também em 2010, quando Ricardo construía seu caminho para ser o sucessor daquele segundo mandato de Paulo. Mas, era evidente que não havia como ter profundidade nos dois eleitorados. Ao final, Ferraço teve mais votos (1.557.409) do que Malta (1.285.177), mostrando seu prestígio e, inegavelmente, o poderio hartunguista, à época.
Desta vez, o entrosamento Ricardo x Magno não tem restrições que os faça medir, a cada movimento, o nível de insatisfação que possa gerar a um terceiro integrante do projeto.
A exemplo de como fez com as bandeiras contra as drogas e a pedofilia, o republicano repete a caravana; agora, é a da vida. O evento é grande, tem artistas como Fernanda Brum, Rick (que fazia dupla com o falecido Renner), Lauriete, Nani Azevedo e o Luiz Carlos, líder do grupo Raça Negra.
A caravana já arrastou multidões em Cariacica e Serra; Cachoeiro também faz parte do roteiro, mas ainda não há data definida. O tucano dá uma rasante em todas as edições da caravana, ministrando a palestra ‘Internet em nossas vidas’, e, sem dúvida, é alvo de elogios advindos da oratória persuasiva de Magno. É ou não é a contribuição que Malta pode dar?