Os representantes do movimento negro do Espírito Santo reivindicam ao governo do Estado série de medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, entre elas o decreto de lockdown, que é o confinamento mais radical. A motivação surge do resultado do 2º inquérito sorológico que apontou que 70% dos casos de Covid-19 foram registrados entre a população negra.
O grupo, intitulado Unidade Negra Capixaba De Combate À Covid-19, vai entregar as solicitações ao governo amanhã (4), no Palácio da Fonte Grande. Antes, às 9h, em frente ao Palácio Anchieta, será realizado ato público em homenagem às mais de 600 mortes pela doença no estado. Junto às reivindicações, será entregue um abaixo assinado com mais de 2,5 mil assinaturas.
No total, são 105 reivindicações, que abrangem as áreas da saúde, educação, economia, segurança pública e cultura, entre outras. Elas são resultado de reuniões por meio do Whatsapp e de videochamadas com representantes de mais de 60 entidades, movimentos sociais, coletivos, associações e grupos ligados a comunidades quilombolas, bandas de congos e paneleiras.
O documento é embasado por estudos que apontam o racismo estrutural como causa da vulnerabilidade social que atinge grande parcela da população negra, que ocupa a base da pirâmide social brasileira e neste cenário de pandemia está ainda mais vulnerável.
Em virtude da necessidade de manter o isolamento social, a manifestação terá apenas 15 participantes, que tomarão os cuidados como uso de máscaras e distância de dois metros uns dos outros
Unidade Negra Capixaba
A Unidade Negra Capixaba é composta por lideranças de religiões de matriz africana, artistas, pesquisadores, professores universitários, profissionais da saúde, advogados, líderes comunitários, líderes estudantis e lideranças históricas, entre representantes de outros segmentos sociais e profissionais.