Amadorismo e miopia diante do cenário atual e de origem levaram o ex-prefeito Carlos Casteglione a uma derrota acachapante. Tal situação acende a luz vermelha e exige, com urgência, a reconstrução política da esquerda em Cachoeiro – tarefa que não será fácil.
A campanha petista se debruçou apenas em jogar para o eleitor um ‘amontoado’ de ações dos últimos governos de Casteglione sem conexão com os anseios populares atuais, sem estratégia frente à altíssima rejeição e praticamente desconhecendo que vem de uma eleição na qual teve 3.119 votos para deputado estadual em 2018 dentro da cidade.
O desafio estava a anos-luz de distância do que foi feito. Ele praticamente repetiu a última votação: 3.578 votos. O que é incompreensível foi a falta de percepção para uma mudança de rota. Enfim, já foi.
Em nossa coluna Recortes, aqui no portal Em Off Notícias, escrevi que a maior responsabilidade ideológica nesta eleição quem carregava era Casteglione. Com esta derrota, a esquerda é espremida e vira suco amargo no município, principalmente com a ascenção de Léo Camargo e Juninho Corrêa, vice de Ferraço.
Agora, inicia-se outra guerra: a reconstrução, que passa, inevitavelmente, pela juventude de seus quadros partidários – muitos dublês de personagens da revolução cubana.
Não é com samba que se encara essa derrota, é colocar essa juventude para conversar com as figuras emblemáticas da esquerda, entender a liturgia, os movimentos populares, ler e compreender a coalizão ensinada por Lula. Fora isso, pode colocar mais uma década sem eleger sequer um vereador.