Após pertinaz período de polarização política desde os primórdios desta nação tupiniquim, vivenciamos mais um período de posicionamentos radicais – a alguns (não incontáveis) passos distantes dos períodos ditatoriais (Estado Novo e o golpe militar). E essa ‘onda extremista’ recebeu aos pulos inúmeros políticos que perceberam o vento soprando para a vitória certa nas urnas.
Assim como as nuvens se reinventam em figuras com o piscar dos olhos na política; os ventos também mudam a direção. E o que não é difícil perceber a olhos nus é que aquele ‘tsunami eleitoral’ de outrora não chega a ser uma ‘marolhinha’ hoje; também está longe de ter aquela força.
Com isso, muitos ‘surfistas’ que tiveram sucesso naquele vento terral estão desesperados com o atual maral. Para esses, impera a dúvida sobre como irão se reeleger. É aí que iniciará o ‘Baile das Máscaras’.
O triunfo da extrema direita deu acidez à polarização até então existente; ou melhor, ampliou consideravelmente o hiato entre os pólos. O exemplo contrário, para melhor entendimento, é como se um político do Psol estivesse na presidência – por ser mais à esquerda que o PT, não seria exagero ser visto no mercado político como ‘extrema esquerda’. Fato: a ordem dos fatores não altera o produto.
Adentrando ao assunto, os pretensos candidatos que aderiram o perfil bolsonarista, e que decidiram mudar a rota – ou que serão obrigados a isso por força de coligações -, terão sérias dificuldades; se não, graves.
Vamos lá: um aperto de mão ou foto entre dois adversários políticos já eram um ‘escândalo’ no meio popular; imagina quem se tornou (do nada) ‘tiro, porrada e bomba’ pedindo votos como moderado ou, no ‘pior’ das hipóteses, no palanque de Lula ou Ciro? Ou, até mesmo, ancorado a Sérgio Moro?
Esmiuçando o ‘pior das hipóteses’ e Moro: mesmo se Lula figurar como favorito nas pesquisas de intenção de votos às vésperas do registro de candidatura, será um suicídio ‘moral’ e eleitoral daqueles que fizeram coro na ‘demonização’ do PT e da esquerda. No caso do ex-juiz e ex-ministro, é ficar boiando a esmo sabendo que Moro traiu os dois protagonistas da atual polarização política.
É isso. Enquanto ainda não nos organizamos para sermos as melhores opções nos processos eleitorais, é muito importante não esquecer da recente origem dos candidatos de 2022. Enxerguem além das máscaras, para não se enganar, mais uma vez, com os ‘oportunistas de plantão’!