O Espírito Santo foi o estado que mais sofreu os impactos da crise econômica de 2015 e 2016. A informação, publicada pela Revista Exame, nesta quinta-feira (26), é resultado de um trabalho realizado pela Consultoria Tendências, que analisou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto a queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil no período de 2015 e 2016 foi de 6,9%, o Espírito Santo registrou uma queda de 12,3%.
Entretanto, apesar da queda brusca no PIB, o Estado recebeu nota máxima do Tesouro Nacional quanto à capacidade de pagamento. Para o secretário de Estado da Fazenda, Bruno Funchal, o desempenho positivo em relação à organização das contas do Estado, mesmo em um cenário extremamente adverso, é resultado de um forte trabalho de gestão.
Análise
A importância do estudo da Consultoria Tendências, na avaliação do secretário, está em traçar um painel comparativo entre os estados. “Ele mostra que o Espírito Santo sofreu com a crise e foi ainda mais impactado por fatores relacionados à economia local, como a crise hídrica, a regulação ruim do setor de óleo e gás e a descontinuidade da Samarco, que tiveram reflexos diretos sobre a arrecadação tributária”, explicou.
Funchal ressalta que as ações de gestão adotadas pelo Governo do Estado desde o início de 2015 foram fundamentais para que o Espírito Santo, mesmo com a queda na arrecadação, honrasse seus compromissos e ampliasse investimentos em projetos inovadores na área social, com resultados diretos para a sociedade capixaba.
O esforço do Espírito Santo no ajuste das contas foi confirmado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que ao avaliar as contas do Estado durante a crise, concedeu nota máxima quanto à capacidade de pagamento. Além do Espírito Santo, só o Pará obteve esse resultado.
“É a mesma nota, mas são dois resultados bem diferentes. O Pará conseguiu obter a Nota A com uma queda muito pequena de crescimento, uma vez que o PIB caiu apenas 1,3% durante a crise. No Espírito Santo caiu mais de 12%, então a nossa Nota A merece um destaque de boa gestão, porque o estado registrou uma queda de 12% no PIB e ainda conseguiu manter a casa arrumada, as contas em dia e a capacidade de investimento”, destaca.
Retomada da Economia
Funchal lembra que, apesar da queda na arrecadação, o Estado fechou os anos de 2015, 2016 e 2017 com superávit e com o Estado organizado, a partir do segundo semestre de 2017, a economia deu os primeiros sinais de recuperação.
“Temos diversos estados que não estão investindo e não conseguem pagar suas contas em dia. Um ativo importante do Espírito Santo é exatamente esse, temos uma boa gestão, qualificamos os investimentos, estamos com os pagamentos de fornecedores e de servidores em dia. Isso atrai investidores e novos negócios para o Estado”, explica.
Para o fechamento de 2018, Funchal destaca a manutenção do equilíbrio das contas e a realização de R$ 1 bilhão em investimentos, sendo R$ 500 milhões com recursos próprios.
“Estamos olhando para o futuro, fazendo investimentos necessários para posicionar nosso Estado. Vamos deixar a casa arrumada e dinheiro em caixa para começar o próximo ano. Sabemos que a situação do Brasil ainda é muito incerta e, por isso, é importante ter recursos em caixa para qualquer eventualidade e termos uma gestão sem sustos”, afirma.