Fé nas malucas!

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(Alerta: gatilho)

A ideia era continuar nossa reflexão a respeito das ideologias políticas e como elas se apresentam no cenário brasileiro, porém, tive meu estudo interrompido por mais um caso de violência contra a mulher. E sobre isso, meus amigos, não preciso estudar para escrever.

O caso em questão envolve Iverson de Souza Araújo (Dj Ivis), que ao perceber que não exercia mais controle sobre sua ex mulher, Pamella Gomes, buscou as redes sociais na tentativa de justificar o injustificável: uma série de agressões à Pamella.

Nas cenas, Iverson desfere chutes, tapas e puxões de cabelo em Pamella na frente da sua mãe e da sua bebê, de apenas cinco meses. Em uma das ocasiões, um amigo dele assiste a tudo, mas achou melhor não se meter.

Em sua defesa, o suprassumo da virilidade diz que foi levado a isso. Que a vítima foi quem causou essas reações nele. Ou seja, ela era a culpada. A maluca! A maluca que resolveu expor seu agressor. A maluca que teve coragem de denunciá-lo.

Devemos refletir mais sobre os abusos a que somos submetidas. Não é necessário que um homem nos agrida fisicamente para considerarmos que isso seja violência. Ela pode chegar de outros modos, e em geral, quando protestamos, somos chamadas de malucas, porque o agressor não bateu. Então fica parecendo “coisa da nossa cabeça”, sabe?!

É violência quando um homem te humilha, nada que você faz está bom ou parece correto, e isso faz você passar o tempo todo tentando acertar. É violência quando ele faz você se sentir constrangida diariamente, nada do que você gosta ou pensa é interessante, mas na frente dos outros ele te trata feito princesa. É violência quando ele te interrompe toda vez que você quer falar, quando você não se sente à vontade para rir alto, dançar ou gesticular, afinal, você só está querendo aparecer. Quando ele sugere que ser inteligente é um grande defeito, capaz de distanciar qualquer homem de você; quando vocês brigam em casa, logo depois tem um compromisso, e ele te obriga a sorrir e acenar, afinal “mulher de cara feia não dá”; quando ele passa o dia criticando e fazendo piadas sobre seu corpo, mas chega a noite se você se negar a fazer sexo, ou quiser a luz apagada (afinal, você é feia né), ele insinua que vai procurar outra; quando ele não respeita seu ciclo menstrual, sua cólica, sua TPM; quando ele quer dar conta do seu dinheiro e tudo que você precisa comprar tem que ter aprovação; quando ele ignora sua rotina cansativa, te trata como empregada, mas ao mesmo tempo te quer sempre bonita, depilada e sobretudo disponível; quando ele critica sua família e seus amigos, afinal, ninguém presta, e você começa a se distanciar deles para evitar problemas; quando ele te trai, e a traição obviamente leva à mentiras e isso faz com que você viva uma realidade paralela, te trazendo a sensação de ser enganada, e te tornando alguém insegura; quando ele não tem coragem de terminar e te trata cada vez pior, para que você faça isso; quando você finalmente consegue se libertar, e ele que estava doido para viver a vida sozinho, se acha no direito de julgar a sua nova vida, de monitorar o que você faz, ou com quem você se relaciona, etc, etc, etc…

Homens: não existe justificativa para a violência. É crime. Ponto.

Sociedade: não estipule prazos para que uma mulher abusada tenha um novo relacionamento. Respeite o processo, cada vítima tem o seu. Combatam o machismo, acolham as vítimas e sim, metam a colher!

Mulheres: existe luz no fim do túnel. Não tenham medo do fundo do poço; é o último lugar ruim que podemos chegar, e a saída de lá é só pra cima. Acreditem na sua percepção de que algo está errado. Estabeleça como você quer ser tratada por um parceiro, e qualquer coisa que fuja disso, rejeite. Você pode ficar solteira o tempo que precisar. Deus te fez inteira e perfeita.

Assinado: Maluca.

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