Uma das maiores desconfianças de um sucesso administrativo de Theodorico Ferraço à frente da prefeitura novamente foi a mudança na legislação que não o permitiria fazer obras ‘extraordinárias’ do jeito e no tempo que queria, como aconteceu quando foi gestor lá trás. Sobre isso, basta pesquisar do que se trata a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e as ambientais após o último governo dele em Cachoeiro de Itapemirim no desfecho de 2004 ( É o 5º mandato – o 1⁰ foi de 1973 até 1977).
Antes de tudo, não há, da parte deste escriba, nenhuma intenção de desqualificar este agente político histórico que fez muito dentro das regras de sua época. Pelo contrário: admiro ele se comprometer, por exemplo, a fazer a Cidade Industrial, a qual considera 20 vezes mais que o impacto final da Beira Rio, que construiu em outrora. O mesmo visionário e desbravador.
O texto é para levantar e refletir sobre as suas escolhas secretariais. E, obviamente, até duvidando que a escalação seja unicamente de seu critério de experiência incontestável em detrimento de amarrações políticas.
Vamos lá. Neste início de governo, já vimos troca no tabuleiro político, envolvendo a Câmara Municipal, sem nenhum valor estratégico – já que não havia e não há nenhuma ameaça vinda do legislativo.
Um dos exemplos é ver na Secretaria de Saúde uma profissional de carreira e com legado impecável entregue ao município sendo ‘sub-qualquer coisa’ de uma agente política que pode se perder nas prateleiras de uma farmácia de bairro.
Pior: seu suplente teve exatamente 1000 votos a menos. Ou seja: interesses maiores e ocultos ignoraram o anseio popular e a representatividade feminina na ‘casa do povo’. Mas, isso é tema para outro texto.
Quase chorei (de vergonha) ao ver uma entrevista da secretária de Cultura, em entrevista ao vivo, dizendo: “falando em trem a gente logo se lembra de Roberto Carlos”, dentre outras pérolas.
Também não quero desqualificar esses atores. E por um simples motivo: são agentes políticos que estão nestes postos de alto escalão a partir dos acordos de seus partidos que compuseram a coligação que chegou junto com Theodorico à vitória nas urnas.
Cabe a cada indivíduo político dizer sim ou não diante do convite para assumir ao cargo que, de repente, não tem nenhuma experiência? Ou esse status é fundamental para a próxima eleição, mesmo sem ter a certeza que entregará para quem clama até hoje seus direitos?
Creio que não serei eu, nem você – leitor – que tem a responsabilidade e hombridade de responder.
Ferraço não ter ido a nenhum debate no período eleitoral, para mim, é compreensível como estratégia eleitoral. Assumo: por ventura fosse seu assessor, ele líder disparado das pesquisas de intenção de votos, sugeriria a mesma decisão.
Só que agora é governo. Os acordos partidários são naturais no processo. Porém, deve-se cobrar os melhores quadros das siglas parceiras. Do contrário, é a população que sofrerá com mais do mesmo.
Bate a mão na mesa, Ferraço! Ou vai continuar deixando os ‘sabidos’ de hoje acima de seu meio século de batuta? Bate na mesa, como sempre fez! Tá feio, logo de início.