Criaram o preenchimento obrigatório da cota mínima de 30% e máxima de 70% de candidatos políticos por gênero. As “cotas” de candidaturas por gênero dizem ter por objetivo garantir uma maior participação das mulheres na vida política, mas, na prática, muitas delas ainda não participam efetivamente de candidaturas, e outras várias são utilizadas como laranjas de partidos políticos, que têm apenas o intuito de preencher essa cota. A prova disso foi o resultado da apuração feita pelo TSE na qual detectou-se mais de 14 mil candidaturas femininas com zero voto nas eleições de 2016.
Acredito fielmente que a melhor inclusão é aquela em que o indivíduo participa espontaneamente, com as mesmas condições e oportunidades. A mudança cultural a que tanto almejamos precisa ter origem na sociedade. A maior participação feminina na política é uma delas. Se todos os problemas do Brasil fossem resolvidos na ponta da caneta, certamente seríamos hoje um país muito melhor.
O Brasil irá se tornar um país admirável, quando a análise de nossos representantes forem com base em suas ideias – não de grupos, “raças”, gênero ou qualquer outro segmento social. Precisamos buscar na política pessoas competentes, idôneas, com princípios e valores; assim, naturalmente surgirão mulheres, brancos, negros, pardos…
A glamorização das cotas como solução dos nossos problemas fez com que, por exemplo, uma vereadora de Porto Alegre comemorasse a aprovação de 20% de mulheres no quadro de motoristas do aplicativo Uber e afins. O problema, nesse caso, reside em um fato importantíssimo: se não houver mulheres o suficiente para preencher essa cota, menos homens poderão ser motoristas. Seria mais inteligente, nesse caso de Porto Alegre, deixar o caminho livre para todos.
O fato é que nós temos um percentual reservado em nossa legislação eleitoral, seja pra Homem ou Mulher. Atualmente faltam mulheres nesse segmento; precisamos entender a ausências delas na política, sem nos conformarmos.
É preciso que entendamos, portanto, que, para ultrapassarmos essas dificuldades, é necessário mudar a mentalidade da sociedade, e isso não acontecerá por meio de leis ou cotas, e sim das ações dos indivíduos que ,assim como nós, estejam lutando por um ambiente político mais plural, democrático, espontâneo e renovado.