Hartung não ‘pisa em ovos’

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Caso o governador Paulo Hartung (MDB) fosse jogador de futebol seria semelhante a Ronaldinho Gaúcho, principalmente, na jogada de olhar para um lado e tocar a bola para o outro. Sendo político, ele incorpora a visão de um jogador de xadrez, que dispensa o elemento sorte pelo talento estratégico.

Não duvido que o resultado das pesquisas que traz a paridade entre ele e o seu principal adversário, o ex-governador Renato Casagrande (PSB), na intenção de votos o fez mudar o curso natural do seu direito de disputar a reeleição. No entanto, é sabido também que o anúncio feito não o impede de registrar candidatura até às 19h do dia 15 de agosto.

Na leitura deste articulista, a divulgação do recuo de Hartung o faz desviar do fator que sufoca um possível distanciamento de seu nome diante do de Casagrande. Agora, as pesquisas irão considerar cenários sem o governador, o que, por si só, retira a ‘pressão avaliativa’ do atual gestor, preservando a imagem estadista daquele que se posicionou comprometido em “não deixar a máquina parar no período eleitoral”.

Nesta mexida de peça, o emedebista vira as pesquisas ao avesso e suga o sumo do diagnóstico do quadro eleitoral. E isso ocorre em várias vertentes: testa os nomes que estão sob o seu ‘guarda-chuva’ político; ‘lança’ pré-candidatos defendendo o governo e prometendo a continuidade do modelo administrativo; testa a fidelidade dos integrantes de seu grupo e inverte o desgaste para o socialista (emergindo a derrota no pleito de 2014), com a possibilidade de reduzir as intenções de voto dele também a partir de eleitorado semelhante dos novos nomes que irão surgir.

Seguindo esta hipótese, se prevalecer o discurso da continuidade, por que, então, a sequência administrativa não permanecer sob a ‘batuta’ de Hartung? E ainda o emedebista terá todos os institutos de pesquisa trabalhando, involuntariamente, para identificar o vice – peça que fará o diferencial neste pleito – com melhor potencial para agregar votos.

E não fica só por aí. A estratégia (hipotética) hartunguista ‘engessou’ e ‘tonteou’ o poder de articulação das lideranças capixabas; o que faz o governador ganhar mais tempo de observação – com a folga de não ter para si o ‘desespero’ natural de uma pré-candidatura. Isso lhe dará clareza também para se certificar dos políticos de peso e partidos que irão caminhar juntos com os novos nomes a serem ‘lançados’ e ter no ‘tabuleiro’ todos os elementos para a construção das chapas proporcionais.

Hartung não ‘pisa em ovos’. Com uma trajetória vitoriosa e no terceiro mandato como governador, é até de se aceitar o argumento de preferir a ‘oxigenação’ do estado. Porém, considerando a sua habilidade singular como estrategista político, acreditar que não há ambiguidade no que está posto, seria menosprezar quem inicia um jogo já enxergando o ‘xeque-mate’.

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