A saída de Edmilson Paixão da Secretaria Municipal de Fazenda tem justificativas que se confrontam nos bastidores e à luz da publicidade. Além disso, ele pode ter aberto a porta para outros secretários, que, igualmente, estariam insatisfeitos com o que vivenciam no palácio Bernardino Monteiro.
Como já escrito neste blog sobre a subdivisão do secretariado do prefeito Victor Coelho (PSB) – ler aqui –, foram muitas as mensagens que este blogueiro recebeu dizendo que o ‘conflito’ entre personagens do primeiro escalão do governo já vinha acontecendo há algumas semanas.
Na reunião de secretariado, também relatada no referido texto, há informação de que houve momento em que um secretário do time de Casagrande quis ‘empurrar goela abaixo’ a execução de procedimento de compra – sem licitação – esbravejando que a Fazenda iria pagar. De pronto, Edmilson rebateu que jamais o faria.
Esta é uma ocorrência preocupante. Pois, se verídico for o fato – e não duvido, por ser uma fonte segura -, é sinal que Edmilson faz parte de um pequeno grupo que freava intenções, no mínimo desavisadas, que comprometem o dinheiro público pautado na legislação vigente. Sem ele, enfraquece a resistência.
Dentro do palácio, há os que temem pela insistência de dispensa de licitações, o que pode ser interpretada como emergências fabricadas. E não há dúvida de que a descontinuidade do conhecimento da máquina, cunhada com as exonerações em detrimento à transferência de saber, levará a mais atos semelhantes – análogo ao ocorrido na compra da merenda escolar.
É de se pensar que não é comum a saída de um secretário de Fazenda com menos de cinco meses de gestão pública, seja a exoneração a pedido ou não. Uma nova proposta de emprego dificilmente sobressai à responsabilidade de administrar e zelar pelo cofre público municipal.
Mas, já assinada a nomeação do novo secretário Rogélio Pegoretti Caetano Amorim, que era controlador do município, vale destacar que Edmilson foi um dos raros secretários a apresentar resultados: o calendário de pagamentos e o ajuste para pagar os servidores públicos dentro do mês, desde janeiro, são frutos do trabalho dele.
